Na sexta, 29, o Ibovespa fechou o mês em queda de 1,86%, aos 107.876 pontos. Com este resultado, o índice teve uma queda acumulada de 10,10% no mês de abril, a mais alta desde o mês de março de 2020 e se distanciou de sua máxima no ano, que ficou em cerca de 121 mil pontos e quebrou uma sequência de três meses de alta.
Considerando o dia e o mês no geral, o Ibovespa seguiu o movimento negativo oriundo do exterior. Na sexta, o Dow Jones, o S&P 500 e a Nasdaq caíram 2,77%, 3,63% e 4,17%, respectivamente. No mês, os três índices passaram por quedas de 4,9%, 8,8% e 13,3%, na mesma sequência.
Na visão de Luiz Adriano Martinez, gestor da Kilima Asset, o motivo que causou esta grande queda da bolsa brasileira e das americanas é o fato do mercado ter “se conscientizado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) terá de subir o juros mais do que o que era antes esperado”, disse ele ao InfoMoney.
“Hoje a precificação é de que haverá uma alta de 50 pontos na próxima reunião, sendo que até no começo do ano a expectativa era de 25 pontos. As declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, e de outros diretores foram na linha de que será necessário um aperto na política monetária”, complementou Martinez.
De acordo com Martinez uma alta mais acentuada dos juros impacta diretamente nas companhias, especialmente nas de crescimento. Por conta disso a Nasdaq, bolsa famosa por alojar companhias de tecnologia, foi justamente a mais impactada no último mês. Estas empresas possuem grandes parcelas dos seus valores de mercado ligados às perspectivas de crescimento, que são prejudicadas por uma política monetária mais limitada, com menos capital circulando.
Este panorama negativo para a economia mais importante do mundo, acaba de um jeito ou de outro, influenciando a perspectiva de outros países.
Para o gestor de renda variável da Western Asset, Naio Ino, a inflação seguirá impactando diversas nações, o que pode pressionar mais fortemente as autoridades monetárias de todo o planeta.