Fundos cambiais e de BDRs vivem fortes quedas; qual o motivo? Vale a pena investir agora?

Recentemente, o dólar vem se desvalorizando em relação ao real. Essa redução tem acontecido devido a alguns fatores, como o aumento dos juros, commodities e da rotação de carteiras mais direcionadas para ações de valor. Em meio a este cenário, os fundos cambiais e de BDRs vivem fortes quedas.

Fundos cambiais e de BDRs vivem fortes quedas; qual o motivo? Vale a pena investir agora?
Fundos cambiais e de BDRs vivem fortes quedas; qual o motivo? Vale a pena investir agora? (Imagem: Montagem/FDR)

Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a rentabilidade acumulada de fundos cambiais até a última sexta-feira (25) registrou perda de quase 12%.

Com relação aos BDRs (Brazilian Depositary Receipts). A pedido do InfoMoney, um levantamento da Economatica indicou que o retorno desses fundos está negativo em 16,66% no ano até a última quinta-feira (24) — considerando o ponto médio de uma lista de 65 carteiras.

Os dados usados para este levantamento abrangem os fundos que investem pelo menos 50% da carteira em BDRs, e tenham dados de retorno em 2022. A pesquisa excluiu os fundos exclusivos.

Apesar do cenário adverso para os investidores desses tipos de fundo, em geral, os especialistas apurados pelo InfoMoney recomendam que o investidor mantenha a aplicação. Segundo eles, a razão é que o movimento de queda do dólar pode ser revertido no segundo semestre deste ano.

Os especialistas ainda declaram que existe uma forte tendência de a moda norte-americana ser negociada acima de R$ 5 no fim deste ano.

Ainda valem a pena os fundos internacionais?

O sócio da Monte Bravo Investimentos, Rodrigo Franchini, afirma que mantém a recomendação desse tipo de alocação com foco em fundos cambiais, internacionais de diversos tipos, ou mais alocados em BDRs. Ele indica a preferência em produtos com gestão ativa e com mais foco em ações de valor.

Segundo Franchini, os fundos afetados pela variação retornarão às cotizações naturais. Ele declara que o dólar, dificilmente, cairá ainda mais. O especialista observa que existe uma assimetria de risco mais para o aumento do dólar frente ao real.

Neste caso, Franchini afirma que o ideal é possuir uma exposição a fundos internacionais sem hedge cambial. Ou seja, com exposição à variação do dólar.

Já para o investidor que deseja manter a descorrelação com o cenário local — e não gostaria de ter a variação da moeda —, o especialista informa que o melhor é alocar em um fundo com hedge.

Franchini não desconsidera a manutenção da posição em fundos cambiais, ou o investimento, se o investidor ainda não tiver. Segundo ele, as exposição cambial é realizada com foco no longo prazo.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.