A crise do INSS está tirando o sono de muitos brasileiros que necessitam dos benefício previdenciários para diversos fins. Dentro desta fila, os mais prejudicados são os idosos e as pessoas com deficiência de baixa renda que dependem do salário mínimo para sua sobrevivência.
No mês de janeiro, as solicitações de Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago justamente aos idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiente que comprovem baixa renda. Representavam 489.863 do total de 1,380 milhão de pessoas com benefícios parados há mais de 45 dias, o que correspondia a 35,5% dos cidadãos à espera.
Se incluirmos também os pedidos feitos há menos de um mês e meio, que não são considerados represados, a fila sobe para 2,021 milhões de pessoas.
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As informações fazem parte de uma grande investigação feita pelo próprio INSS a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU). Pela primeira vez o órgão expôs com detalhes o quadro do represamento da fila que está afetando brasileiros em todo o país.
Se levarmos em conta apenas as pessoas com deficiência, são 420.271 que aguardam convivem com a crise do INSS há no mínimo um mês e meio.
O documento, que o Estado teve acesso, também revelou que a fila conta com 108.416 mulheres à espera do salário-maternidade, benefício que é pago quando há afastamento do trabalho para o nascimento do filho.
Do total de 1,3 milhão de pedidos represados em janeiro, 400.853 eram de trabalhadores que esperavam a aposentadoria por tempo de contribuição. Já os outros 217.256 requereram a aposentadoria por idade.
O acúmulo no INSS iniciou uma preocupação no governo, pois cresceram reclamações sobre a demora para análises de pedidos de benefícios. Em janeiro, o Estado revelou que 1,2 milhão de pessoas estavam aguardando a análise de documentações para poderem ter acesso aos benefícios.
Com grande pressão, o governo anunciou uma força-tarefa para dar uma resposta à população dependente do serviço, principalmente os mais pobres, já que 98% dos beneficiários ganham, no máximo, três salários mínimos. Uma ajuda estudada foi a contratação de militares da reserva para dar conta do acúmulo de pedidos.
O balanço apresentado pelo INSS também apontou o tamanho da fila em cada estado. A pior situação é a do Distrito Federal, que conta com 608.853 pedidos represados há mais de 45 dias. O número representa 44% do total de atrasos.
O Instituto comunicou, no entanto, que o número inclui requerimentos feitos em outros Estados, mas que estão sob análise nas Centrais Especializadas de Análise de Benefícios.
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Seguindo o ranking do atraso, Pernambuco vem na sequência com 245.175, e São Paulo com 183.889 pedidos. O cenário mais favorável, porém, ainda fora do ideal é em Roraima, que tem 40 pessoas na fila.