Idade dos brasileiros altera o desenvolvimento do Produto Interno Bruto. Um levantamento realizado pelo portal Globo, mostrou que cerca de 25% do PIB nacional está baseado nos valores referentes as aposentadorias do INSS. O estudo relevou que mais de 693 cidades tem como maior renda a liberação dos benefícios previdenciários, comprovando que o envelhecimento nacional vem crescendo cada vez mais.
Até 2010, os valores do INSS tinham uma significância de 7% no PIB, entretanto, mesmo com o desenvolvimento da economia, o país segue se encaminhando para uma disparidade de faixas etárias, tendo como maioria uma população mais velha.
Além das aposentadorias do INSS, há uma grande movimentação por parte de auxílios como pensões e auxílios doenças, que de modo geral, também têm como contemplados, em sua maioria, idosos.
Leia também: Aposentadoria do INSS pode ser antecipada com essa lista de documentos
Mediante a estes números, especialistas na previdência afirmam que mesmo com uma população nitidamente mais velha, essa desvalorização no PIB também deve ser associada a crise econômica, entre 2015 e 2016, que reduziu as estatísticas em mais de 6%.
Outro motivo levado em consideração e apontado por eles é a expansão dos benefícios previdenciários. Ao longo dos últimos anos, o INSS ampliou seus auxílios, ofertando mais de 34,5 milhões de aposentadorias para aproximadamente 120,5 milhões de pessoas.
Ao unir a crise econômica com a aceitação do INSS, os auxílios acabaram tornando-se fonte principal de renda das famílias, alterando o PIB. Somente em 2017, em 4.101 das 5.570 cidades brasileiras, os pagamentos previdenciários ficaram maiores do que os valores de transferências do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Leia também: Saque aniversário do FGTS: entenda quanto pode receber nesta modalidade
— Não é apenas uma questão sazonal, é uma tendência. Nesses municípios não são oferecidos empregos de qualidade, não há indústria ou serviços de ponta, e os empregos são precários — explicou Álvaro Sólon, autor do livro “A Previdência Social e a Economia dos Municípios”.
As cidades que mais dependem do INSS são aqueles que contem até 50 mil habitantes, tendo como principal atividade econômica a administração pública.
No Nordeste, há o maior registro de beneficiários. Já no Sudeste, municípios com cerca de 100 mil habitantes são os que mais se enquadram na lista. Há regiões em que existe uma dependência dos benefícios de 70%, como Paulistana, no Piauí.