- O Banco Central deve realizar novo aumento na taxa Selic em março;
- Os investimentos em renda fixa se tornam mais atraentes com a alta na taxa;
- As aplicações em renda fixa possuem baixo risco.
Na última quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a taxa Selic de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano. Por conta dessa medida, as aplicações em renda fixa se tornam mais atrativas. Entenda qual será o novo rendimento dos investimentos com a Selic a 10,75%.
Pela primeira vez, desde julho de 2017, que a taxa Selic chegou aos dois dígitos. Essa foi a oitava elevação seguida na taxa básica de juros. O movimento de alta acontece desde março de 2021 — quando a Selic estava na mínima histórica de 2% ao ano.
Segundo estimativas do mercado financeiro, a taxa Selic deve voltar a aumentar em março, para 11,75% ao ano. Este nível deve continuar até o fim deste ano, conforme previsões.
Em comunicado, o Copom indicou que seguirá com o “ciclo de aperto monetária”. Ou seja, a alta da taxa básica de juros continuará. Contudo, o comitê informou que tende a subir a Selic mais suavemente no futuro.
Caso a inflação escale acima do projetado até a próxima reunião do Copom — em 16 e 17 de março —, pode haver mudanças na estimativa. A Selic funciona como a grande ferramenta do Banco Central para controlar a inflação.
Qual será o novo rendimento dos investimentos com a Selic a 10,75%?
O aumento da taxa Selic causará impactos na rentabilidade de alguns investimentos. O retorno de aplicações de renda fixa passa a melhorar.
Dentre estes, estão os títulos públicos do Tesouro Direto, debêntures incentivadas, LCI e LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio), CRI e CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio) e CDBs (Certificados de Depósito Bancário)
De qualquer modo, vale destacar que a alta da Selic não alterará a situação da poupança. Isso porque, quando a taxa está acima de 8,5%, o rendimento da caderneta se torna fixo em 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial) — ou 6,17% ao ano + TR.
Conforme simulações do buscador de investimentos Yubb, divulgados pelo G1, estas são as rentabilidades para a renda fixa, considerando o retorno para o período de 12 meses:
- Caderneta de poupança*: rendimento bruto de 6,17%
- Tesouro Selic: rendimento bruto de 10,65%
- CDB banco médio: rendimento bruto de 13,85%
- CDB banco grande: rendimento bruto de 8,52%
- LC: rendimento bruto de 14,91%
- LCA*: rendimento bruto de 10,44%
- LCI*: rendimento bruto de 10,86%
- RDB: rendimento bruto de 14,48%
- Debênture incentivada: rendimento bruto de 16,08%
* Investimentos isentos de Imposto de Renda; cálculo para a poupança não inclui a variação da TR.
Já ao descontar o Imposto de Renda, estes são os rendimentos dos investimentos:
- Caderneta de poupança*: rendimento bruto de 6,17%
- Tesouro Selic: rendimento bruto de 8,52%
- CDB banco médio: rendimento bruto de 11,08%
- CDB banco grande: rendimento bruto de 6,82%
- LC: rendimento bruto de 11,93%
- LCA*: rendimento bruto de 10,44%
- LCI*: rendimento bruto de 10,86%
- RDB: rendimento bruto de 11,59%
- Debênture incentivada*: rendimento bruto de 16,08%
Essas estimativas se baseiam na alíquota de 20% de Imposto de Renda relativo a prazos de vencimento entre 181 e 360 dias.
O que fazer com os investimentos após a alta da Selic
Até o momento, conforme analistas consultados pelo Valor, as aplicações de baixo risco — como títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic, fundos simples sem taxa de administração, e CDBs com rendimento a partir de 100% do CDI — são atraentes.
Geralmente, essas aplicações tendem a ser recomendadas para guardar o dinheiro da reserva de emergência. Este deve ser o primeira primeiro investimento, e representar seis meses de gastos, no mínimo.
Apesar disso, hoje, há especialistas que recomendam essas aplicações até para acumular patrimônio — para cumprir metas além da reserva de emergência. No entendimento deste grupo, o custo-benefício desses investimentos é bom.
Para os que se aprofundam mais na renda fixa, de modo a correr mais riscos, ainda é possível ganhar ainda mais com os títulos prefixados e atrelados à inflação. Os papéis podem ser do Tesouro Direto ou de empresas e bancos, como debêntures e CDBs, respectivamente.
Para quem não está confortável com a volatilidade estimada para os próximos meses — diante de ano eleitoral —, os analistas ainda recomendam reduzir a parcela de ações da carteira.
De qualquer forma, os especialistas alegam que existem ações com desconto, e os investidores moderados e arrojados não precisam se desfazer de bolsa totalmente.