As internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), relacionadas à covid-19 e à gripe, aumentaram no estado de São Paulo nas últimas semanas. Apenas as internações por casos suspeitos ou confirmados de covid-19 dobraram entre 23 de dezembro e a última terça (4), quando foram internados 556 novos pacientes.
Mesmo assim, o governo de João Dória (PSDB) descarta a possibilidade de novas medidas restritivas serem tomadas neste momento.
De acordo com o coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbardo, o quadro não requer endurecimento das medidas de controle, visto que o estado tem um bom índice de vacinação e que a taxa de internação está baixa, em torno de 27,7%:
“Entendemos que o aumento de casos não está sendo acompanhado de forma que cause preocupação nas internações. […] Mesmo que a gente tenha percebido uma movimentação maior nas internações, um aumento de 30% na última semana, estamos partindo de um patamar que estava muito baixo”
As declarações foram feitas na quarta-feira (5). No mesmo dia, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, atribuiu o recente aumento no número de internações à diminuição no uso de máscara pela população:
“Esses quadros denotam claramente que as pessoas retiraram as máscaras de forma muito abrupta, especialmente nos ambientes de confraternização e nos ambientes sociais, favorecendo dessa forma a transmissão”.
Gabbardo e Gorinchteyn concordam que as atuais medidas adotadas em São Paulo, como a recomendação do uso de máscara em locais públicos, já são suficientes para evitar piora com relação aos casos graves de covid-19.
Avanço da covid-19 e da gripe no estado
Desde o ataque hacker aos sistemas de informação do Ministério da Saúde em 10 de dezembro, o governo de São Paulo, assim como outros governos estaduais, está vivendo um “apagão de dados” sobre a pandemia. Portanto, não se sabe ao certo o número de novos casos nas últimas semanas.
Justamente por isso, o número de internações é um parâmetro tão importante agora, e ele aponta para uma intensificação da pandemia. Segundo especialistas, o país pode passar por uma nova fase difícil nas próximas semanas, semelhante ao que foi vivido em 2020.
A razão está em que a nova variante do coronavírus, a ômicron, é a mais transmissível de todas até aqui, apesar de ser menos letal.
Não bastasse a ômicron e sua alta transmissibilidade, uma nova variante do vírus da gripe, chamada de Darwin, está causando maior procura aos serviços de saúde, incluindo testes para covid-19.