Nesta quarta-feira (5), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que o lançamento da oferta de ações da Eletrobras ocorrerá em março. Já a precificação, dentro do modelo de privatização da Eletrobras, deve acontecer em abril.
A declaração foi realizada pelo chefe da área de Estruturação de Empresas e Desinvestimento do BNDES, Leonardo Mandelblatt. A fala ocorreu durante audiência pública sobre a desestatização da Eletrobras.
Segundo ele, há a expectativa de “em meados de março lançar a transação, e em abril precificar e finalizar esse processo de capitalização”.
Mandelblatt declara que, em fevereiro, seja feita a assembleia de acionistas da estatal. O objetivo é de que os minoritários possam se manifestar sobre as “condições finais” de capitalização.
Existe a estimativa de que, em março, o Tribunal de Contas da União (TCU) emita um acórdão — aprovando as condições da operação.
Modelo de privatização da Eletrobras
A desestatização da Eletrobras ocorrerá pelo modelo capitalização. Haverá a realização de uma oferta primária de ações da companhia. Com isso, a União deixará de ter 72,33% do capital votante — e terá 45%. Ou seja, o governo não seria mais o acionista majoritário da empresa.
Caso seja preciso, ainda aconteceria uma oferta secundária de ações, para que o objetivo seja alcançado.
O modelo de privatização estabelece que nenhum acionista vote com mais de 10% do seu capital. Na prática, o intuito é de pulverizar o capital, de modo a tornar a Eletrobras uma companhia sem acionista controlador.
Na audiência, o presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, apontou que houve aumento de investidores pessoa física da empresa ao longo dos anos. Ele estima que, após a capitalização, o número subirá. Limp ainda disse que a capitalização ajudará a elevar a capacidade de investimentos da companhia.
Valores da privatização da Eletrobras
Conforme decisão do governo, a faixa de valores da emissão de novos papéis da Eletrobras — a serem disponibilizadas para a desestatização — será de R$ 22 bilhões a R$ 26,6 bilhões. Esta definição aconteceu após indicações realizadas pelo TCU.
Mandelblatt indicou que a definição do valor de cada ação acontecerá em abril. Posteriormente, ocorrerá a oferta dos papéis e conclusão do processo de privatização. Este prazo está um mês acima do estimado pelo governo.
Para evitar oscilações de mercado, diante da proximidade das eleições gerais, o Executivo acredita que a desestatização deve ser finalizada até maio.