O mercado imobiliário passou por uma fase de grande expansão nos últimos dois anos, estimulado pelas taxas de juros mais baixas da história e pelos novos hábitos adotados em decorrência da pandemia. Para este ano, a projeção para este mercado é menos otimista, ao passo que os juros voltar a crescer após a atualização mais recente da taxa Selic que saltou para 9,25% ao ano e também por conta da inflação na casa dos dois dígitos que pode reduzir o poder de compra.
Adquirir um imóvel ao longo deste ano será mais desafiador, porém, segundo especialistas procurados pelo portal Exame Invest, 2021 terá sim oportunidades interessantes, com preço justo e boas condições para pagamento.
De acordo com o CFO do Imovelweb, um dos principais portais de imóveis do Brasil, Tiago Galdino, disse que o mercado de imóveis possui um comportamento pendular. “Neste momento, estamos em um platô. O que não sabemos ainda é se estamos no início de um novo ciclo de crescimento ou se bateremos no vale.”
Já Pedro Henrique Tenório, economista do DataZap+, disse que o cenário é de desaceleração e que é esperada uma queda de até 6% no ano. “Atingimos o pico em agosto. Com as condições macroeconômicas, tanto as vendas como o financiamento reduziram. Se as vendas crescerem, será em ritmo menor e abaixo do pico.”
O tempo bom que pairava sobre o mercado imobiliário começou a mudar quando a taxa Selic bateu 7% ao ano, no mês de outubro. Segundo Galdino, a cada dois pontos percentuais que sobem na Selic, os bancos realizam um reajuste nas taxas ao consumidor. “Não há como o mercado não repassar a alta da Selic.”
A exceção neste caso fica com a Caixa, banco responsável por cerca de dois terços do crédito imobiliário do Brasil e que disse que não iria reajustar as linhas de crédito neste ano.
“No caso da Caixa, existe um interesse político. O banco está no ápice de lucro e tem um colchão para manter a decisão de não subir os juros. O que é uma excelente notícia para o mercado imobiliário, já que freia o reajuste dos outros bancos”, disse Galdino.
Em sua visão, se esta não fosse a decisão da Caixa, os bancos reajustaria os juros de forma mais agressiva.