- Foi recentemente divulgado o o nível de endividamento das famílias, o desemprego e o valor da taxa de juros;
- O acumulado de dívidas das famílias somou 49,9% nos últimos 12 meses;
- De acordo com os dados divulgados do IBGE, a taxa de desemprego no país está em queda.
O Banco Central (BC) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgaram nessa semana dados importantes sobre a economia do país. Entre eles, o nível de endividamento das famílias, o desemprego e o valor da taxa de juros. Dados importantes que trazem uma prévia sobre o que esperar em 2022.
Nesta terça-feira, 28, o BC informou que houve recorde no endividamento das famílias. O que, automaticamente, comprometeu a renda dos brasileiros.
Na pesquisa percebeu-se que em setembro deste ano, o acumulado de dívidas das famílias somou 49,9% nos últimos 12 meses. Uma alta de 5,5 pontos percentuais no ano.
E que pelo menos 26,2% da renda dos brasileiros foi usada para pagar dívidas no ano. Estes indicadores mostram a maior alta desde a contagem de 2005.
No entanto, em uma avaliação mais otimista, Renato Baldini, chefe-adjunto do departamento de Estatísticas do Banco Central acredita que o endividamento não indique apenas uma fase ruim. Mas, pode ter relação com novas aquisições dessas famílias.
“A elevação pode refletir a expansão imobiliária, por exemplo. Uma família que sai de um apartamento alugado para um financiado passa a ter maior endividamento, mas a situação financeira dela pode ser considerada mais saudável”, explica.
O Banco Central também adotou um novo método de cálculo da renda do trabalhador. Agora, passa-se a considerar o que é ganho com auxílios do governo, 13° salário, férias e demais benefícios.
Queda do desemprego
De acordo com os dados divulgados do IBGE, a taxa de desemprego no país está em queda. Isso considerando o trimestre que foi encerrado em outubro de 2021.
O índice mostra uma diminuição de 12,9%, a menor desde a contagem em fevereiro de 2020, antes do início da pandemia. Embora o número seja animador, pelo menos 12,9 milhões de brasileiros ainda seguem desempregados no país.
O mercado de trabalho não tem atingido números otimistas, e não se pode esperar tanto sucesso quando se fala de novas contratações. O número de empregados com carteira de trabalho foi de 33,9 milhões.
Acontece que a informalidade, serviço sem registro em carteira, continua sendo uma das grandes opções de quem não consegue emprego. São pelo menos 12 milhões de pessoas trabalhando sem carteira assinada, conforme informa o IBGE.
Outro resultado também recentemente lançado foi sobre a renda do trabalhador brasileiro. Este registro está em queda, e caiu para R$ 2.449, a menor da série histórica desde o início das contagens em 2015.
Tanto o número de informais, como o de pessoas que muitas vezes preferem ganhar pouco do que ficar desempregado, é que influenciam no resultado sobre a soma da renda do brasileiro.
Além, é claro, do fato de que a inflação subiu e encareceu o preço dos itens mais básicos, como a alimentação e o combustível. Diminuindo o poder de compra do cidadão.
Taxa de juros
Também nesta terça-feira, 28, o Banco Central divulgou que a taxa de juros bancários paga por pessoas físicas contou com aumento de 1 ponto percentual entre outubro e novembro deste ano, e chegou a 28,2%.
Este é o maior índice desde março do último ano, quando o registro foi de 28,4% ao ano. Para as empresas, o aumento foi de 16,5% para 17,8%.
Neste ano de 2021 tudo foi crescendo, além da taxa de juros Selic que terminou o ano em 9,25% após nova reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom), outros juros também foram sendo reajustados.
No caso do cheque especial o valor de cobrança chegou a 129,6%, e para a contratação de um crédito pessoal o juros subiu 84,4%. Logo, atingem todos os clientes do sistema bancária que têm o mínimo de movimentação na sua conta.
Estes registros podem justificar o aumento da preferência pelo uso do rotativo do cartão de crédito, quando o cliente paga a parcela mínima da fatura. Mas, no mês seguinte, tem que arcar com o novo pagamento mais aplicação de juros.
Neste caso, a taxa de juros subiu 346,1% ao ano, a maior desde agosto de 2017. Enquanto que no empréstimo consignado, quando o risco de inadimplência é menor, as taxas obtiveram uma alta de 18,4%.