Na sessão desta quarta-feira (22), as ações da Alliar (AALR3) registraram queda na B3, após notícias de alterações em sua estrutura societária. No fechamento, as ações desta empresa do setor de saúde despencaram 20,35%, a R$ 14,25 o papel.
Na noite desta terça-feira (21), a Alliar informou que seus acionistas controladores firmaram contrato para venda de fatia ao fundo de investimento Fonte de Saúde — da gestora MAM, do empresário Nelson Tanure.
No contrato, está prevista a venda de até 62,4 milhões de ações ordinárias, ou 52,75% do capital social da rede de laboratórios, pelo preço de R$ 20,50. A finalização da operação ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Brecha no contrato afetou ações da empresa do setor de saúde
Contudo, o fator que impactou as ações da Alliar foi um trecho do contrato. Essa parte abre uma brecha para retirar os minoritários da oferta.
Por ser uma aquisição de controle, a gestora de Tanure precisaria abranger a oferta aos minoritários por meio de uma Oferta de Aquisição de Ações (OPA) com o mesmo preço previsto na operação aos controladores — de R$ 20,50 por ação.
No entanto, a Alliar alega que o número efetivo de ações a serem envolvidos no negócio pode alterar. O contrato permite que os acionistas controladores reduzam o total de ações vendidas. Em até cinco dias antes do fechamento da operação, é possível decidir o volume final.
Sendo assim, uma OPA pode não ser realizada — de modo a excluir os minoritários da operação.
Entre os investidores minoritários da empresa, está a gestora Esh, que se posicionou negativamente. Pelas redes sociais, o gestor da Esh, Vladimir Timerman, alega que o “fato relevante mostra de maneira inequívoca tentativa de pagar prêmio de controle disfarçado de opções de venda”.
Classificação para a Alliar
O Safra, em relatório, informa que tem uma classificação neutra para a Alliar. A instituição declara que “a assimetria de risco parece complicada neste ponto, com potencial de alta de cerca de 15% em um cenário de oferta pública”.
Contudo, o Safra alega que há “uma desvantagem desconhecida no caso de nenhuma oferta pública (a ação estava sendo negociada abaixo de R$ 13 antes da oferta de R$ 20,50 pelos acionistas controladores)”.
O banco tem preço-alvo de R$ 17 para a ação da empresa do setor de saúde.