A economia do Brasil pode completar em 2022, no mínimo 16 anos de crescimento menor que a média mundial, fase que começou no governo Dilma Rousseff e que pode se alongar até o fim do mandato do próximo presidente eleito.
Isto é que o mostra um levantamento feito pela Folha que utilizou dados e projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da pesquisa Focus do Banco Central e que vem para complementar um estudo dos economistas Marcel Grillo Balassiano e Samuel Pessôa divulgado pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
O Brasil atravessa desde 2011 uma combinação de períodos de recessão, baixo crescimento e estagnação, com resultados distantes do que se observa a nível mundial. Neste período, as ações do governo para desfazer políticas de controle de gastos, que refletem no inflação e no câmbio, ganham destaque.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4 ponto percentual abaixo da média mundial desde o ano de 1987, período analisado pelos pesquisadores. Considerando a média, o Brasil cresceu 2% ao ano, ao passo que o mundo avançou a uma velocidade de 3,4%.
Este resultado só foi melhorado em alguns anos durante os governos Itamar Franco, FHC e Lula. Ao considerarmos a média dos 8 anos de gestão de cada presidente, o pais cresceu menos que o ritmo mundial mesmo nos governos PSDB e PT.
No governo Bolsonaro, a diferença tende a ficar 2 pontos percentuais mais negativa. Mesmo com a pandemia afetando todas as economias, o Brasil sofreu com a retração mais acentuada que a média global no ano passado e deverá avançar menos que o restante do mundo neste ano e no próximo.
A diferença do governo atual será ultrapassada somente pelo período em que Dilma e Temer estiveram no poder, entre 2011 e 2018. Neste período o PIB avançou em média, 2,9 pontos por ano, abaixo do detectando mundialmente.
Para o próximo governo, entre 2023-2026, a diferença deve retornar à média de 1,4 ponto ao ano, caso o Brasil consiga voltar a registrar um ritmo de crescimento de cerca de 2% ao ano.