Inflação medida pelo IPCA sobe 0,95% em novembro; taxa é a maior desde 2015

Em novembro, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,95%. Essa é a maior taxa para o mês desde 2015, quando foi de 1,01%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Inflação medida pelo IPCA sobe 0,95% em novembro; taxa é a maior desde 2015
Inflação medida pelo IPCA sobe 0,95% em novembro; taxa é a maior desde 2015 (Imagem: Montagem/FDR)

Em outubro deste ano, a inflação tinha sido de 1,25%. Sendo assim, houve uma desaceleração de 0,30 ponto percentual entre os meses. Em 2021, o indicador acumula elevação de 9,26%.

nos últimos 12 meses, há um crescimento de 10,74%. Este acumulado em 12 meses representa o maior resultado desde novembro de 2003 (11,02%). Em novembro do ano passado, a variação mensal havia sido de 0,89%.

Preço dos combustíveis seguem pressionando a inflação

De acordo com o IBGE, o aumento foi puxado pelos transportes (3,35%), influenciados pelos valores dos combustíveis. No mês, a gasolina subiu 7,38%. Ainda houve altas nos valores do etanol (10,53%), do óleo diesel (7,48%) e do gás veicular (4,30%).

A inflação também foi impactada pelos preços dos automóveis novos (2,36%) e usados (2,38%). Na outra ponta, as passagens aéreas diminuíram 6,12% no mês.

No grupo habitação (1,03%), o resultado foi pressionado pela energia elétrica (1,24%).

O gerente do IPCA, Pedro Kislanov, afirma que “Além da bandeira tarifária da Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, em vigor desde setembro, houve reajustes nas tarifas em Goiânia, Brasília e São Paulo”.

Em novembro, ainda houve o registro de alta de 2,12% no gás de botijão. Nos últimos 12 meses, este item aumentou 38,88%.

Inflação de novembro desacelera por conta da Black Friday

Por outro lado, o índice geral de novembro desacelerou diante da queda em alimentação e bebidas (-0,04%). A alimentação fora do domicílio registrou diminuição de 0,25%, influenciada pelo lanche (-3,37%).

As reduções mais intensas foram no leite longa vida (-4,83%), no arroz (-3,58%) e nas carnes (-1,38%) — impactando a alimentação no domicílio (0,04%). Na outra ponta, houve elevações expressivas nos valores da cebola (16,34%) e do café moído (6,87%).

Outro grupo que influenciou a desaceleração mensal foi o de saúde e cuidados pessoais (-0,57%). Isso aconteceu por conta da redução nos valores dos itens de higiene pessoal (-3,00%).

Pedro Kislanov argumenta que “a Black Friday ajuda a explicar a queda tanto no lanche quanto nos itens de higiene pessoal”.

Resultado de novembro dos grupos pesquisados pelo IBGE

  • Transportes: 3,35%
  • Habitação: 1,03%
  • Artigos de residência: 1,03%
  • Vestuário: 0,95%
  • Despesas pessoais: 0,57%
  • Comunicação: 0,09%
  • Educação: 0,02%
  • Alimentação e bebidas: -0,04%
  • Saúde e cuidados pessoais: -0,57%

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.