- A projeção para a inflação em 2022 aumentou pela 17ª semana seguida;
- Analistas projetam que o PIB terá crescimento abaixo de 1% em 2022;
- O mercado ainda projeta que a taxa de juros terminará acima de 10% em 2022.
O mercado financeiro estima uma inflação maior e um crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. As informações do mercado financeiro para 2022 fazem parte do Bolem Focus, divulgado nesta terça-feira (16) pelo Banco Central.
Mais uma vez, o mercado financeiro aumento a expectativa para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2022, aumentou projeção de 4,63% para 4,79%. Esta foi a 17ª elevação consecutiva.
No ano que vem, a meta de inflação é de 3,50% — podendo oscilar de 2% para 5%. Sendo assim, a projeção indicada pelo mercado financeiro está próxima do teto do sistema de metas.
A fixação da meta é feita pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para cumprir o percentual estabelecido, o Banco Central aumenta ou diminui a taxa básica de juros: a Selic.
Já para este ano, a projeção de inflação elevou de 9,33% para 9,77%. Esta foi a 32ª semana consecutiva de reajuste para cima.
Em 2021, a meta de inflação é de 3,75%, com a possibilidade de oscilar entre 2,25% e 5,25%. Ou seja, a estimativa mais recente dos economistas está mais do que o dobro acima da meta central de inflação.
Em outubro deste ano — diante da subida dos preços dos alimentos e combustíveis —, a inflação teve alta de 1,25%. Este foi o maior patamar para o mês desde 2002, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro deste ano, a inflação tinha sido de 1,16%.
No acumulado anual, a inflação chega a 8,24%. Nos últimos 12 meses, o patamar chega a 10,67%. Já ao considerar os 12 meses imediatamente anteriores, a inflação havia sido de 10,25%.
Estimativa do mercado financeiro para o PIB
Para o ano que vem, o mercado financeiro diminuiu a estimativa de alta do PIB de 1% para 0,93%. No início deste ano, os economistas esperavam que a economia brasileira tivesse um crescimento de 2,5% em 2022. Contudo, em setembro deste ano, os analistas passaram a revisar a projeção para baixo.
Essa expectativa vai na contramão das declarações recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes. No final de outubro, ele declarou que o baixo crescimento econômico em 2022 não passava de boato.
Para 2021, o mercado também reduziu a expectativa de melhora do PIB, passando de 4,93% para 4,88%. O PIB representa a soma de todos os bens e serviços desenvolvidos no país. Esse índice tem o papel de medir a evolução econômica.
Estimativa do mercado financeiro para a taxa de juros
Com relação à taxa básica de juros, a Selic, os economistas mantiveram a projeção em 9,25% ao ano no fim de 2021. Para o ano que vem, o mercado financeiro também continuou com a estimativa para a Selic em 11% ao ano.
Na semana passada, a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Fernanda Guardado, informou que o passo de 1,50 ponto percentual de aumento para Selic “ainda parece apropriado”.
Ela também destacou que a autoridade monetária se mantém confiante de que consegue trazer a inflação para “o mais próximo possível” do centro da meta de 2022.
Atualmente, a taxa básica de juros está em 7,75% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para definir a taxa Selic, está prevista para acontecer em dezembro.
Outras estimativas do mercado financeiro
Para o dólar, os analistas mantiveram as estimativas para 2021, em R$ 5,50. Já para o fim de 2022, a perspectiva para a taxa de câmbio continuou em R$ 5,50.
Com relação ao saldo da balança comercial — resultado do total de exportações menos as importações —, o mercado aumentou a expectativa de US$ 70,25 bilhões para US$ 70,30 bilhões de superávit para 2021. Já para o ano que vem, as estimativas seguiram em US$ 63 bilhões de resultado positivo.
Além disso, os economistas mantiveram a projeção para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2021, em US$ 50 bilhões. Já para 2022, a expectativa se manteve em US$ 60 bilhões.
O levantamento dos dados aconteceu na semana passada. A pesquisa teve a participação de mais de 100 instituições financeiras.