O último depósito do auxílio emergencial foi feito pela Caixa Econômica Federal (CEF) no dia 31 de outubro. Durante esses sete meses nos quais o programa vigorou em 2021, cerca de 39 milhões de brasileiros foram amparados financeiramente.
Neste período, o auxílio emergencial atendeu os beneficiários do Bolsa Família, cidadãos de baixa renda inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, desempregados, trabalhadores informais e Microempreendedores Individuais (MEI).
Contudo, tendo em vista que somente os beneficiários do Bolsa Família terão suas vagas garantidas no substituto, o Auxílio Brasil, mais de 22 milhões de brasileiros ficarão desamparados.
As consequências do fim do auxílio emergencial vão muito além dos próprios ex-beneficiários. Pois, com a falta dessa renda, as pequenas empresas e comerciantes também sentirão os impactos.
Isso porque, durante todo este tempo em que o programa se manteve ativo, os cidadãos de baixa renda usaram esse dinheiro para auxiliar na movimentação financeira e econômica do comércio local.
No entendimento do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Junior, o auxílio emergencial e seus beneficiários são primordiais para manter a economia nos eixos da maneira possível.
Segundo ele, “quem recebe o benefício não deposita em paraíso fiscal, ele gasta no armazém e no posto da esquina”, declarou.
Ele ainda ressalta que o primeiro impacto é diretamente na renda, com a tendência de agravar a linha de pobreza e a fome. Posteriormente, a economia local será reduzida através dos impasses financeiros nas pequenas empresas, pois as pessoas mais pobres não têm o costume de comprar em shopping center.
Embora as lojas não fechem exclusivamente pelo fim do auxílio emergencial, este é sim um fator que pode evidenciar ainda mais os problemas financeiros dos pequenos negócios que terão dificuldades em manter as portas abertas.
O sociólogo acredita que o Governo Federal está um tanto quanto equivocado na decisão de suspender a transferência de renda, tendo em vista que nenhum ponto referente ao Auxílio Brasil foi devidamente regulamentado para garantir o início dos pagamentos ainda este mês conforme prometido.
A crença de que a economia está se recuperando é uma farsa, pois pesquisas recentes apontam que o índice de desemprego já atingiu o patamar de 13,2% recentemente. Junto a isso, teve a desvalorização do salário mínimo com a alta da inflação.
“Os auxílios funcionam assim, ele dá um ‘start’ econômico, quando ele vai diminuindo, vai fazendo a economia toda parar”, concluiu Fausto.