Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, líder dos caminhoneiros, reforçam a chance de termos uma greve nacional da categoria. “Não há chance de recuo”. Isso porque, o governo não se mostrou favorável as exigências da classe.
Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), afirmou não ter possibilidade da classe recuar da ideia de uma paralisação, marcada para segunda-feira (1) se o governo Bolsonaro não sinalizar mudanças referentes aos preços dos combustíveis.
Segundo pesquisa realizada pela Fretebras, pelo menos 60% dos caminhoneiros são a favor da paralisação, 54% da categoria deve aderir e paralisar os serviços na próxima segunda-feira. Mesmo diante da tentativa do governo de gerar desistência dos trabalhadores com a criação do “vale-diesel”.
Preço dos combustíveis
Os reajustes nos preços dos combustíveis seguem o mercado internacional, desde o governo do ex-presidente Michel Temer. Na última terça-feira (26), mais um aumento foi decretado.
A gasolina que deve subir 7% nas refinarias já acumula uma alta de 73% no ano. O diesel vai subir 9%, acumulando alta de 65,3%.
“Isso mostra um andamento totalmente contrário àquele pelo qual estamos lutando. Estamos brigando por estabilidade no combustível, no gás de cozinha, para colocar em vigor leis já aprovadas, e é isso que a Petrobras faz”, disse Wallace Landim à Folha de São Paulo. O presidente da Abrava falou ainda sobre como o aumento dos preços afeta diretamente motoristas de aplicativos e que existe uma conversa para unir a categoria à mobilização.
As reuniões entre a categoria e o governo federal marcadas para a semana foram canceladas. Em resposta à movimentação dos caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmaram que a privatização da Petrobras “entrou no radar”.
Guedes declarou inclusive que em três décadas a empresa “não valerá nada” e que esse era um motivo para ser vendida agora.
Auxílio Diesel
Durante a última semana, Bolsonaro anunciou o “Auxílio Diesel” no valor de R $400 que deve contemplar cerca de 750 mil caminhoneiros até o fim de 2022. A medida não teve o efeito esperado, a categoria considera a bolsa insuficiente, não sendo capaz de desmobilizar a classe caminhoneira.
Segundo Wallace, os caminhoneiros se encontram hoje em uma situação ainda pior do que a vivida em 2018. A orientação é para que a partir da próxima segunda-feira a categoria para com o serviço.