O relator da reforma do Imposto de Renda, senador Angelo Coronel (PSD-BA), propõe corrigir a tabela para pessoa física em 41%. Ele sugere que todas as faixas sejam corrigidas pela inflação acumulada desde 2015. A declaração sobre a reforma do IRPF foi feita à Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (21).
Conforme Angelo Coronel, a sugestão de correção vale, inclusive, para a faixa de isenção. Caso aconteça a correção de 41%, a faixa de isenção abrangeria os rendimentos de até R$ 2.864,21 mensais.
Atualmente, são isentas as pessoas que ganham até R$ 1.903,98. Já de acordo com a proposta aprovada pelos deputados, a faixa de isenção seria atualizada em 31% — passando para R$ 2.500 mensais.
Desde 2015, a tabela do Imposto de Renda não passa por atualização. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a defasagem chega a 113,09%. Este número considera a inflação acumulada de 1996 e 2019 e as atualizações realizadas na tabela no mesmo período.
No entendimento do relator, o projeto aprovado na Câmara não favorece nem empresas e nem pessoas físicas. Segundo ele, se o governo deseja atender às pessoas físicas que pagam impostos — aproximadamente 30 milhões de brasileiros —, seria preciso corrigir a tabela pela inflação.
Angelo Coronel alega que diversas despesas do dia a dia aumentam. Como exemplos, ele cita a conta de luz, condomínio, gás e alimentos. Apesar disso, o parlamentar destaca que a taxa de isenção não sobe.
Relator afirma que não tem pressa de entregar relatório da reforma do IRPF
Quando foi perguntado sobre os prazos, o parlamentar declarou que não tem pressa para entregar o relatório. Coronel revelou que tem se reunido com entidades de todo o Brasil para discutir o texto.
O deputado estima que a proposta deve ser apreciada pelo plenário do Senado apenas em 2022. Ele entende que há pouco tempo para que as alterações entrem em vigor já no ano que vem.
Angelo Coronel também comentou sobre uma pressão que vem recebendo para que o projeto avance no Senado. Os recursos provenientes da reforma do IR devem ser utilizados financiar o Auxílio Brasil, em substituição ao Bolsa Família.