Para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, há uma nítida crise do gás de cozinha. O termo foi criado após determinar que as investidas da Petrobras que resultam em reajustes constantes no preço do insumo são um absurdo.
Lira menciona as dificuldades do povo brasileiro em comprar e consumir o gás de cozinha, motivo pelo qual muitas famílias vêm retrocedendo ao dar preferência para o fogão à lenha na hora de cozinhar. Ele ressalta que o tema deve ser tratado com transparência e não com versões de relatos.
Ele ainda destacou duas propostas inviáveis neste momento e que estão sendo cogitadas pela estatal. A primeira é a mudança na diretoria da Petrobras e a segunda alteração se refere à política de preços. Para o presidente da Câmara, as decisões da Petrobras são tomadas com o objetivo de se destacar perante os dividendos para acionistas.
“Não queremos instabilizar a política de preços e a diretoria da Petrobras, mas queremos informações”, frisou Arthur Lira.
Na oportunidade, ele aproveitou para se redimir e retirar o parecer em prol da defesa da reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O imposto é cobrado no âmbito estadual e incide sobre os combustíveis.
O preço do gás de cozinha teve um novo reajuste pela Petrobrás no último final de semana. Os valores atualizados já são aplicados desde o último sábado, 9. A iniciativa foi tomada mediante a intenção de evitar o desabastecimento do produto.
Desta forma, o preço médio teve aumento de R$ 3,60 para R$ 3,86 por kg, o correspondente a R$ 50,15 no botijão de gás de 13 kg.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre o período de 3 a 9 de outubro, o preço do gás de cozinha já chegou a R$ 135 em algumas localidades.
O valor do gás de cozinha por R$ 135 é cobrado na cidade de Sinop, no Mato Grosso, região Centro-Oeste. Em contrapartida, a quantia mais barata foi identificada em Saquarema, no Rio de Janeiro, a R$ 74,00, equivalente à média praticada em dezembro de 2020.
De lá para cá, o cidadão brasileiro tem sido bombardeado por altas constantes, o que levou muitas pessoas a buscarem alternativas. Uma delas é o uso do fogão à lenha. Este hábito começou a ser retomado em 2020, época em que o consumo de restos de madeira teve um aumento de 1,8% em comparação a 2019, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Para muitos, os botijões de gás têm sido reservados somente para uso emergencial. Em casos extremos, famílias venderam o fogão devido à necessidade de fazer dinheiro durante esta crise sanitária e econômica.
Por isso, a solução encontrada foi a lenha e o carvão vegetal para cozinhar, escolhas que representam o retrocesso na saúde e qualidade de vida.