Prefeitura do Rio é cobrada na Justiça para pagar cartão alimentação dos estudantes

Cartão alimentação vira pauta na justiça carioca. Nessa semana, a Prefeitura do Rio de Janeiro foi intimada a recarregar os 640 mil cartões do auxílio merenda. O benefício é destinado especificamente para os alunos da rede municipal e tinha sido suspenso no fim de agosto.

Prefeitura do Rio é cobrada na Justiça para pagar cartão alimentação dos estudantes (Imagem: Jornal da Franca)
Prefeitura do Rio é cobrada na Justiça para pagar cartão alimentação dos estudantes (Imagem: Jornal da Franca)

Com a pandemia do novo coronavírus, governos estaduais e prefeituras passaram a criar abonos sociais para a população vulnerável.

No Rio de Janeiro, devido a paralisação das aulas presenciais, os alunos começaram a receber um cartão de alimentação que substituiria a merenda escolar.

Sobre o cartão alimentação

O projeto foi adotado em diversas regiões do país e tem como finalidade garantir que os alunos da rede pública mantenham a alimentação. Para a grande maioria, as merendas escolares eram a principal fonte de nutrição. Diante da suspensão das aulas presenciais, muitos ficaram sem ter o que comer.

Apesar da relevância da ação, a secretaria municipal de educação suspendeu o projeto no RJ. O dispositivo no valor de R$ 54, concedido por aluno, foi cancelado durante o mês de agosto.

Segundo a gestão, a decisão se motivou mediante ao retorno as atividades presenciais. Porém, ainda há um número significativos de estudantes no sistema remoto.

Defensoria pública convoca restituição

Diante da situação, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro intimou a prefeitura para voltar a fazer os pagamentos. Foi iniciada uma ação na justiça exigindo a obrigatoriedade do benefício. Desse modo, os 640 cartões serão recarregados ao longo dos próximos dias.

A decisão foi tomada pela juíza Amanda Azevedo Ribeiro Alves, afirmando que caso a medida fosse descumprida seria cobrada uma multa no valor de R$ 34 milhões.

Para reforçar a necessidade do pagamento, o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) enviou um documento afirmando que os alunos do ensino remoto têm dificuldades para receber o benefício justamente por estarem em casa para garantir o isolamento social.

O CAE explicou ainda que mesmo para quem teve o retorno presencial, os refeitórios permanecem sem funcionar como medida de prevenção contra a covid-19. Ao ser informada sobre o caso, a Procuradoria do Município já recorreu da decisão.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.