No segundo trimestre deste ano, o PIB do Brasil apresentou queda de 0,1%, comparado ao primeiro trimestre de 2021. Desde o terceiro trimestre do ano passado, o patamar tem apresentado desaceleração. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (1º).
No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto tinha avançado 1,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior — completando 3 trimestres consecutivos de elevação.
Em valores correntes, o PIB deste trimestre foi de R$ 2,1 trilhões. O índice considera a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil durante o período analisado pelo IBGE.
Apesar do resultado negativo recente, o PIB aumentou 12,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.
No entendimento da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME), este fato demonstra a retomada da atividade econômica após a queda causada pelo pior momento da pandemia de covid-19.
No primeiro semestre deste ano, o PIB totalizou elevação de 6,4%. Já no acumulado nos quatro trimestres, terminados em junho, o índice registrou alta de 1,8%.
PIB do Brasil no 2º foi abaixo do esperado por especialistas
Este resultado recente divulgado pelo IBGE foi abaixo do que o projetado por especialistas. Uma pesquisa feita pela Reuters estimava um aumento de 0,2% no segundo trimestre, na comparação trimestral.
Como explicação para o patamar recente, o IBGE destaca a Agropecuária (-2,8%) e a Indústria (-0,2%).
Em nota explicativa, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, alega que a agropecuária apresentou queda porque a safra do café entrou no cálculo. Ela argumenta que a safra do café está na bienalidade negativa — de modo a resultar em uma retração considerável da produção.
Entre as atividades industriais, o desempenho foi puxado pelas reduções de 2,2% nas Indústrias de Transformação, e de 0,9% na atividade de Eletricidade e gás, esgoto, atividades de gestão de resíduos. Rebeca comenta que esta atividade não tem conseguido atender a demanda.
Com relação à atividade de energia elétrica, a coordenadora aponta que houve aumento no custo de produção devido à crise hídrica, que fez aumentar a utilização das termelétricas.