A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara deseja ouvir os setores do governo que estão envolvidos na ameaça do Banco do Brasil e da Caixa Econômica em deixarem de ser associados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). A razão é a adesão da Federação a um manifesto que será publicado amanhã, 31, que pregará a harmonia entre os poderes.
Esta publicação parte da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Segundo o governo, a adesão da Febraban será uma manifestação política contra o atual governo.
O deputado Aureo Ribeiro, presidente da Comissão de Fiscalização, afirmou que fará um requerimento para ouvir em uma audiência pública na Câmara, o ministro da Economia, Paulo Guedes e os presidentes do BB, Fausto Ribeiro, e o da Caixa, Pedro Guimarães.
O deputado considerou que este acontecimento é mais um exemplo que mostra como o governo não está alinhado com o mundo real.
“Trata-se de mais uma pauta ideológica do governo, que não respeita as instituições. O presidente da República não pode incluir as instituições bancárias na sua guerra ideológica. São dois bancos fundamentais para o país, que não podem ser afetados por esse clima”, disse o deputado, criticando a atuação de Guedes.
“Está virando um filme de terror. O ministro vive num mundo irreal e não se atenta para os 15 milhões de desempregados, o preço do quilo de carne, do litro de gasolina, da conta de luz. E coisas que não têm importância, como essa ameaça a Febraban, ganham uma relevância tremenda”,criticou.
O manifesto que receberá o nome de “A Praça dos Três Poderes” não citará o nome do presidente Bolsonaro, porém irá dizer que “as entidades da sociedade civil que assinam esse manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas”. O manifesto já foi aderido por cerca de 100 entidades.
Paulo Guedes, Bolsonaro e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, são a favor da saída da Febraban.