Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a conta de luz ficará mais cara em 2022 e subirá até 16,22%. A projeção foi realizada na segunda-feira (16), pelo superintendente de Gestão Tarifária da agência, Davi Antunes Lima, durante audiência pública da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.
Pior estação úmida dos últimos 91 anos
A causa do aumento se deve à crise que atinge as principais hidrelétricas do Brasil, sendo a pior estação úmida dos últimos 91 anos. De acordo com Lima, o reajuste será preciso para controlar a crise.
Medidas para reduzir o impacto financeiro
No entanto, a Aneel estuda algumas medidas a fim de reduzir o impacto financeiro aos consumidores. Se conseguirem colocar essas medidas em prática, o aumento na conta seria de 10,73% no próximo ano.
A crise hídrica se soma ao aumento do consumo de luz, devido à retomada econômica. No mês de junho, o consumo total de energia no Brasil cresceu 12,5% em comparação ao mesmo período de 2020, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Impacto para os consumidores
No final de junho, a Aneel fez um reajuste no valor da bandeira tarifária vermelha 2 em 52% e a cobrança extra passou de R$6,24 para R$9,49 a cada 100 kWh consumidos. Este custo adicional é aplicado às contas de luz quando cresce o custo de produção de energia, o que ocorre quando falta água nos reservatórios.
De acordo com a diretora da Aneel, Elisa Bastos, algumas das medidas excepcionais que são realizadas com o intuito de controlar a escassez de energia hidrelétrica, como geração térmica mais cara e importação de energia de países vizinhos, acarretam no aumento da conta de luz.
Para a diretora, a expectativa no momento é a chegada de chuvas, além da reação do consumidor diante dos custos maiores e dos apelos de campanhas pelo uso consciente de energia.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registra a inflação oficial do país, pressionado por esta alta nas contas de energia elétrica, em julho de 2021, acelerou a alta para 0,96%, depois de ter registrado taxa de 0,53% em junho, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).