Flexibilização do comércio: Entenda como retorno reflete diretamente na economia

Pontos-chave
  • As vendas no comércio apresentam alta pelo segundo mês consecutivo;
  • A flexibilização do comércio favoreceu no resultado;
  • O Ministério da Economia aponta alguns fatores para a retomada da economia.

Com a melhora recente no cenário de covid-19, diversos estados têm adotado medidas de flexibilização do comércio. Como resultado, as vendas no comércio seguem em alta. Nos dois últimos meses, o volume de vendas foi positivo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Flexibilização do comércio: Entenda como retorno reflete diretamente na economia
Flexibilização do comércio: Entenda como retorno reflete diretamente na economia (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

No mês de maio, as vendas no comércio nacional tiveram alta de 1,4%, segundo dados divulgados na última quarta-feira (7) pelo IBGE. Este foi o segundo aumento consecutivo. Ao comparar com o mesmo mês do ano passado, o crescimento no volume de vendas foi de 16%.

Diante deste resultado recente, o vareja está com número 3,9% maior do que o patamar pré-pandemia. No acúmulo anual, a alta foi de 6,8%. Já com relação ao resultado nos últimos 12 meses, houve ganho de 5,4%.

O IBGE revelou que 7 das 8 atividades pesquisadas tiveram alta em maio. A única que teve recuo foi a de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,4%). Os resultados foram:

  • Tecidos, vestuário e calçados: 16,8%
  • Combustíveis e lubrificantes: 6,9%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 6,7%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3,3%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: 1,4%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 1%
  • Móveis e eletrodomésticos: 0,6%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -1,4%

Com relação ao varejo ampliado — que também engloba os veículos, motos, partes e peças de material de construção (1%); e material de construção (5%) — indicou alta de 3,8% em maio. Este foi o segundo mês consecutivo de crescimento.

Aspectos que auxiliaram no aumento das vendas do comércio

No Distrito Federal, por exemplo, o número de vendas teve crescimento de 3,1%. No entendimento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), a flexibilização do horário de funcionamento do comércio de rua e dos shoppings teve papel importante para o resultado.

O presidente da entidade, José Aparecido Freire, destacou que a segurança que a população possui ao sair de casa foi um fator importante.

Com a maior circulação de pessoas no comércio, ele destaca que há aumento nas vendas. O presidente aponta que o resultado vem da queda nos números de infecção pela covid-19, a vacinação, além dos leitos oferecidos pelo governo.

Outro estado que teve resultado positivo na pesquisa foi o de Alagoas, com alta de 5,5%. No entendimento da Fecomércio-AL, a economia estadual tem apresentado melhora devido ao avanço da vacinação — principalmente entre os mais jovens e economicamente ativos.

A entidade também destacou a realização de programas federais, como o auxílio emergencial e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), como fatores positivos.

No caso de Alagoas, o governo decretou novo decreto que permitiu a reabertura de cinema, ampliação do horário de restaurantes e bares aos fins de semana. A retomada de eventos também foi autorizada, mas com algumas restrições. Estas medidas valem até 22 de julho.

O avanço da campanha de imunização acompanha os resultados positivos no comércio
O avanço da campanha de imunização acompanha os resultados positivos no comércio (Imagem: Maksim Goncharenok/Pexels)

A recuperação econômica nacional

Como fatores para a retomada da atividade econômica no país, o Ministério da Economia destaca o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, o recente desempenho dos indicadores de confiança e a recuperação gradual do mercado de trabalho.

Esta avaliação foi realizada pelo coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, Sérgio Gadelha, no final de junho.

No primeiro trimestre, o PIB teve aumento de 1,2%. Com relação à oferta, houve crescimento nos setores agropecuário, indústria e serviços. Na demanda, teve destaque no crescimento da formação bruta de capital fixo, seguido das exportações.

Conforme Gadelha, os indicadores de confiança da Economia apurados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na passagem de abril para maio, são pontos positivos. Ele explica que a flexibilização das medidas de distanciamento social e a retomada da economia resultam na melhora da confiança do consumidor.

A SPE também ressalta a resiliência do emprego formal. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em abril, aproximadamente, foi registrada a geração líquida de 120 mil postos de trabalhos com carteira assinada.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.