Novo levantamento da Datafolha revela fome em crescimento no Brasil. Na última semana, o centro de pesquisa liberou um estudo onde afirma que um a cada quatro brasileiros não têm recursos financeiros o suficiente para por comida na mesa. 88% dos entrevistados alegam que a fome aumentou.
Além de gerar uma crise sanitária que já deixou mais de 430 mil vítimas, o novo coronavírus também vem deixando fortes efeitos econômicos e sociais. No que diz respeito aos índices da fome, parte significativa da população de baixa renda caiu para o grupo de extrema pobreza.
Nova pesquisa emite um alerta sobre a fome
De acordo com o último levantamento feito pela Datafolha, 88% dos entrevistados acreditam que a fome está em alta. Faltou comida para 40% daqueles que possuem apenas o ensino fundamental completo, e a região mais afetada tem sido o Nordeste.
Outro dado relevante é que a fome está associada a quantidade de adultos trabalhando. Onde só há um profissional, 29% teve menos comida. Já nas casas em que ninguém está com renda, o índice sobe para 35%.
Kelly Celestino, 45, que vive na favela de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, é uma das vítimas dessa situação. E concedeu entrevista ao portal O Globo:
“Eu sempre trabalhei, como auxiliar de limpeza, fazendo faxina, ajudando os feirantes, o que tinha, sempre fiz minha correria para não faltar o pão. Em casa de família me mandaram embora no começo da pandemia. Agora minha filha está mandando meu currículo para todo mundo, e nada“, resume.
Ela explica que deve sustentar uma casa com seus quatro filhos, onde apenas um deles trabalha como entregador em delivery. “Eu dependo de doação para ter comida na mesa“, afirmou.
O que dizem os especialistas?
Economista, Francisco Menezes, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, explica que diante da situação a concessão de benefícios como o auxílio emergencial e o bolsa família se torna mais que essencial para assegurar o povo.
No entanto, ele ressalta que o valor não é suficiente, principalmente levando em consideração a atual inflação.
“É preciso destacar que quem recebe R$ 150 de auxílio tem efetivamente R$ 5 por dia para comer“, diz o pesquisador.