ARAGUARI, MG — O relatório final da Controladoria-Geral da União (CGU), revela sérias falhas no controle e fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social em relação à fraude do INSS. A análise mostra que houve uma negligência nas aprovações de descontos feitos por entidades e sindicatos nas folhas de pagamento dos beneficiários.
De acordo com os dados da CGU, que investigaram uma amostra de 952 idosos e pensionistas, apenas 28,9% das documentações para os acordos com a Instituição foram enviadas de maneira completa. Essa falha evidencia a falta de transparência no processo. A fraude do INSS tem gerado preocupações, especialmente em relação à falta de dados suficientes para a autorização de descontos em benefícios.
Para 71,1% dos beneficiários, essas informações são inexistentes ou incompletas, complicando a validação do processo. De acordo com o relatório, a situação exige uma ação imediata do INSS. O documento sugere que, até que a documentação necessária seja regularizada, a melhor solução seria a suspensão dos descontos.
A fraude do INSS tem exposto vulnerabilidades graves no sistema, como aponta a investigação da Controladoria. O estudo revela o alto risco de o INSS validar registros irregulares, prejudicando tanto os beneficiários quanto a integridade da instituição, além de acarretar responsabilidades por descontos indevidos.
Uma possível solução para mitigar esses riscos seria a adoção de tecnologias mais seguras, como a assinatura eletrônica avançada e a biometria, desenvolvidas pela Dataprev em setembro de 2024. No entanto, o INSS não aceitou essa ferramenta, permitindo que alternativas menos seguras fossem utilizadas pelas entidades.
A fraude do INSS também é evidenciada pela falta de infraestrutura das entidades para atender ao crescente número de aposentados e pensionistas. A análise da CGU revelou que, para processar as solicitações, algumas instituições precisariam validar até 1569 cadastros por hora, o que mostra a sobrecarga do sistema.
Além disso, a rede de atendimento das entidades é limitada, com 76% dos sindicatos possuindo menos de cinco filiais no Brasil, o que compromete a cobertura nacional. Diante disso, o relatório sugere ao INSS interromper a intermediação entre essas entidades e os beneficiários, pois não se vê um benefício claro nesse processo, apenas prejuízos.
Descobertas da Polícia Federal sobre a fraude do INSS
A Polícia Federal está investigando uma nova fraude do INSS que envolve o desvio de valores de aposentadorias e pensões, os famosos “descontos indevidos”. O esquema teria causado prejuízo direto aos segurados do sistema previdenciário.
Segundo a apuração, a fraude do INSS era articulada por associações que inscreviam aposentados sem consentimento. Com assinaturas forjadas, os golpistas descontavam mensalidades indevidas dos benefícios. As autoridades agora trabalham para identificar os responsáveis e recuperar os valores desviados.
A PF orienta os aposentados a ficarem atentos a descontos não reconhecidos nos extratos mensais. O escândalo envolvendo a fraude do INSS pode ter causado um rombo de até R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024, segundo estimativas iniciais. O caso tem gerado grande repercussão em todo o país.
Em meio à apuração da fraude do INSS, o presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo. A medida foi tomada após a operação que também afastou servidores e prendeu seis suspeitos. As investigações continuam, e os órgãos de controle buscam rastrear o destino dos valores desviados. O caso reforça a necessidade de mais rigor na fiscalização dos benefícios previdenciários.
A investigação sobre a fraude do INSS revelou uma rede bem articulada envolvendo pagamento de propina, uso de documentos falsos e criação de entidades de fachada. Segundo a PF e a CGU, o esquema manipulava dados de beneficiários para desviar recursos públicos.
Ainda conforme os órgãos responsáveis, a fraude do INSS contava com servidores corrompidos, associações fictícias e até laranjas — muitos deles idosos e pessoas de baixa renda. Em troca, as entidades obtinham autorizações irregulares para aplicar descontos nos benefícios.
Duas dessas associações operaram por mais de quatro anos no mesmo endereço em Fortaleza (CE), sob liderança da mesma pessoa. A dirigente, Cecília Rodrigues Mota, realizou 33 viagens em menos de um ano, visitando inclusive destinos internacionais como Dubai, Paris e Lisboa.
Como a fraude do INSS funcionava?
O novo capítulo da fraude do INSS revela que aposentados e pensionistas eram inscritos em associações sem consentimento, com descontos aplicados direto na folha. Muitos sequer sabiam que estavam vinculados a essas entidades.
Essa prática da fraude do INSS incluía casos em que o mesmo beneficiário era registrado em várias entidades no mesmo dia. Os erros repetidos nas fichas apontam manipulação deliberada dos dados. Outro ponto crítico foi a liberação de descontos em massa, sem validação individual. Essa brecha no sistema contribuiu significativamente para a proliferação dos golpes.