INSS na mira: antecipação ilegal de aposentadoria causa revolta em beneficiários

A suspeita de antecipação ilegal de pagamentos a aposentados e pensionistas está gerando indignação entre segurados do INSS. A denúncia foi feita por um representante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que alertou sobre a cobrança indevida de taxas por instituições financeiras para liberar antecipadamente parte do benefício mensal.

INSS na mira: antecipação ilegal de aposentadoria
causa revolta em beneficiários. (Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)

O problema se agrava pelo fato de a antecipação ilegal estar sendo aplicada em uma modalidade que, desde o fim de 2023, permite aos beneficiários receberem adiantamentos descontados diretamente da folha. A prática, autorizada pelo INSS, não prevê cobrança de juros ou encargos adicionais, o que torna a atuação de alguns bancos completamente irregular.

Antecipação ilegal

Segundo matéria do G1, o conselheiro Ivo Esteves Alonso Mósca, que representa a Confederação Nacional das Instituições Financeiras, afirmou durante reunião do CNPS que pedirá a suspensão temporária do adiantamento, com o objetivo de revisar as regras e garantir mais clareza e proteção aos beneficiários.

A proposta de interrupção temporária deve ser levada ao Ministério da Previdência, comandado por Carlos Lupi, que já solicitou um relatório mais detalhado sobre as denúncias para tomar providências. A medida poderá impedir novos casos até que haja uma regulamentação mais robusta.

A especialista Daniele Gomes, colaboradora do FDR, comenta mais sobre a devolução dos valores para idosos.

Crise no INSS

A denúncia ocorre em meio a uma fase conturbada dentro do Instituto Nacional do Seguro Social. A primeira reunião do CNPS após a operação da Polícia Federal revelou um cenário ainda mais delicado: o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado recentemente após suspeitas de envolvimento em fraudes relacionadas a descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados.

A investigação da PF aponta para um esquema bilionário praticado por entidades que cobravam mensalidades sem autorização dos beneficiários. O caso ganhou visibilidade nacional após reportagem do Jornal Nacional mostrar que o ministro Carlos Lupi já havia sido alertado sobre as irregularidades em 2023, mas só tomou providências 10 meses depois.

 

Yasmin SouzaYasmin Souza
Jornalista com experiência em redação, gestão de redes sociais e SEO.
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