Estudantes de cursos EaD são pegos de surpresa por nova decisão do MEC sobre provas presenciais

ARAGUARI, MG — As novas diretrizes propostas pelo Ministério da Educação (MEC) prometem transformar a forma como os cursos EaD funcionam no Brasil. A avaliação dos alunos, a exigência de aulas ao vivo e a estrutura dos polos físicos devem passar por mudanças rigorosas.

Estudantes de cursos EaD são pegos de surpresa por nova decisão do MEC sobre provas presenciais. Imagem: Divulgação/MCTIC

O MEC prevê um período de transição de até 24 meses para que as instituições se ajustem às novas regras dos cursos EaD. Algumas graduações, como Enfermagem, poderão ser oferecidas apenas presencialmente, segundo o ministro Camilo Santana. A proposta já teve a publicação adiada três vezes desde o fim do ano passado. Agora, a expectativa é que o texto final seja divulgado até o dia 9 de maio, apesar das críticas do setor educacional.

Em novembro de 2024, o MEC apresentou ao Conselho Consultivo as diretrizes iniciais do novo marco regulatório para cursos EaD. O objetivo é reformular regras e padrões do ensino superior a distância no país. O grupo consultivo reúne representantes de universidades públicas, entidades estudantis e empresas do setor. Todos foram convidados a contribuir com sugestões para aprimorar a proposta que impacta diretamente os cursos à distância.

Principais mudanças nos cursos EaD

Entre as alterações previstas para os cursos EaD, está a exigência de provas presenciais com pelo menos um terço das questões em formato dissertativo. A medida busca elevar o padrão de avaliação no ensino superior a distância.

Outra proposta do MEC é regulamentar as aulas ao vivo nos cursos EaD, tornando obrigatório o controle de frequência dos alunos. A intenção é garantir maior comprometimento e participação nas atividades acadêmicas.

O novo marco regulatório para cursos EaD também traz mudanças nas exigências estruturais dos polos de apoio presencial. Esses espaços, essenciais ao suporte dos estudantes, terão que seguir padrões mais rigorosos definidos pelo MEC.

Atualmente, muitos polos estão localizados em cidades pequenas e funcionam de forma compartilhada entre diferentes instituições. Com as novas regras, essa prática será proibida, visando garantir mais qualidade e exclusividade no atendimento aos alunos dos cursos EaD.

O novo marco para os cursos EaD prevê exigências mais detalhadas sobre a infraestrutura dos polos de apoio. O MEC quer garantir que esses espaços ofereçam condições adequadas para complementar a formação dos estudantes.

Entre os requisitos mínimos estão recepção, laboratório de informática e áreas específicas para atendimento ao aluno. Para determinados cursos EaD, será obrigatória a presença de laboratórios físicos com padrão semelhante ao do ensino presencial.

 

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.