ARAGUARI, MG — A revisão de aposentadorias continua sendo discutida pelo Governo Federal neste ano. A proposta envolve analisar os benefícios de quem recebeu valores indevidos em ações judiciais.
Três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) argumentam que os beneficiários dessas ações não devem devolver os valores recebidos. A decisão está gerando debates sobre o impacto financeiro e jurídico dessa medida.
A revisão de aposentadorias segue sendo um tema crucial para aposentados e pensionistas do INSS. No ano passado, a Corte rejeitou a tese de correção da revisão da vida toda, impedindo que novos processos fossem ajuizados.
No entanto, ainda resta a definição sobre o futuro dos processos que estão em andamento. A situação está sendo discutida no plenário virtual do Senado Federal, com as análises iniciadas na sexta-feira, 14 de fevereiro, conforme informou o jornal O Globo.
O que dizem os debates sobre a revisão de aposentadorias?
A revisão de aposentadorias busca recalcular os benefícios, levando em conta os salários anteriores a julho de 1994. Essa medida poderia beneficiar aposentados com altos rendimentos antes do Plano Real.
No entanto, em 2024, o STF declarou a ação como inconstitucional. Entre os dias 14 e 21 de fevereiro, o plenário virtual do STF está debatendo se os aposentados que receberam valores do INSS por decisão judicial deverão devolvê-los.
A revisão de aposentadorias levanta a questão sobre a modulação dos efeitos, visando evitar insegurança jurídica para os beneficiários. Especialistas sugerem que o julgamento anterior seja anulado, citando possíveis falhas processuais que comprometeriam a decisão.
Quem pode ser afetado pela revisão de aposentadorias?
A revisão de aposentadorias envolve diferentes cenários para os beneficiários. Aqueles que conseguiram a revisão podem ter recebido valores a mais, enquanto quem recebeu antecipação pode ser obrigado a devolver. Além disso, quem perdeu a ação pode ser responsabilizado pelo pagamento de custas e honorários advocatícios ao INSS.
Revisão da vida toda foi barrada
A revisão de aposentadorias, especialmente a Revisão da Vida Toda, teve seu julgamento encerrado no ano passado pelo STF. Por maioria de votos, essa revisão não poderá ser utilizada para aumentar o valor da aposentadoria do INSS.
Com a decisão, a Revisão da Vida Toda está proibida para os aposentados do INSS, que não poderão mais optar pelo regime mais vantajoso para o seu benefício.
Como será o novo cálculo da revisão da vida toda?
Com a recente decisão do STF, o cenário para a “revisão da vida toda” foi definido de maneira clara. Os segurados do INSS que estavam no sistema antes de 1999 permanecem na regra de transição, que calcula o benefício com base em 80% dos maiores salários, excluindo aqueles anteriores a julho de 1994.
Já os contribuintes que ingressaram na Previdência após 1999 estão sujeitos ao regime do fator previdenciário. Esse sistema utiliza a média simples dos salários de contribuição ao longo de toda a vida laboral, sem impor limites específicos de tempo para a avaliação
Quem tem direito à revisão da vida toda do INSS?
Tem direito à revisão, qualquer pessoa que receba um dos seguintes benefícios a partir de 1999:
-
Aposentadoria por tempo de contribuição;
-
Aposentadoria por idade;
-
Aposentadoria especial;
-
Aposentadoria por invalidez;
-
Auxílio-doença;
-
Pensão por morte;
A revisão da vida toda pode trazer benefícios a muitos brasileiros aposentados, mas antes de entrar com a revisão na Justiça Federal é preciso:
-
Realizar o cálculo para ter certeza que a revisão é boa para você;
-
Encontrar um advogado de sua confiança para ingressar com a ação (se atente com quem promete milagres, no direito trabalha-se com possibilidades e não certezas);
-
Estar ciente que apesar de muitos julgamentos favoráveis, esta ação não está ganha.
Modelos de revisão de aposentadorias do INSS
O INSS realiza diferentes tipos de revisão em seus processos. Alguns dos principais tipos de revisão são:
-
Revisão da Vida Toda: busca incluir no cálculo da aposentadoria as contribuições realizadas antes de julho de 1994, que não eram consideradas no cálculo anterior.
-
Revisão de Benefício por Incapacidade: avalia a possibilidade de aumentar o valor do benefício por incapacidade, levando em conta a possibilidade de um aumento na renda do segurado.
-
Revisão de Teto: verifica se o valor do benefício do segurado está de acordo com o teto estabelecido pela Previdência Social.
-
Revisão de Buraco Negro: busca corrigir possíveis erros no cálculo da aposentadoria, levando em conta as contribuições realizadas entre julho de 1975 e junho de 1991.
-
Revisão de Auxílio-Doença: avalia se o segurado ainda está incapacitado para o trabalho e, portanto, tem direito a continuar recebendo o benefício.
- Revisão de Aposentadoria Especial: verifica se o segurado que trabalhou em atividades consideradas insalubres tem direito a uma aposentadoria com tempo de contribuição reduzido.