Pesquisas mostram que o café, uma das bebidas quentes de maior preferência dos brasileiros, tem sofrido um aumento de preço cada vez maior. As últimas semanas de seca histórica também contribuíram para tornar o produto mais caro no país.
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC), nos últimos 12 meses o café moído subiu 16,6% para o consumidor. O resultado ficou bem acima da inflação geral do Brasil no período, que foi de +4,2%.
Quem foi ao supermercado no mês de agosto se surpreendeu ao encontrar o quilo do café, no varejo, vendido ao preço médio de R$ 39,63. Este foi o valor mais alto já registrado pela série histórica da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), iniciada em 1997.
Por que o valor do café está cada vez maior?
O principal motivo pelo qual o valor do café está cada vez maior tem haver com as mudanças climáticas. Isso porque, o clima afeta diretamente as lavouras e pode diminuir a colheita em determinado período.
Logo, com menos produtos bons para venda, maior será o valor daqueles que estiverem disponíveis no mercado. É o que chamamos de lei da oferta e demanda.
Segundo a Abic, em três anos e meio o valor do quilo do café cresceu 157%. Enquanto em janeiro de 2021 o quilo do café custava R$ 15,37, hoje ele já pode ser encontrado a R$ 39,63 como mostrou o levantamento.
Além das variações climáticas que atingem o Brasil, fatores externos também influenciam no valor do café. Por exemplo, o fato de outros grandes produtores do mundo, como Vietnã, Indonésia e Colômbia, também entregaram safras abaixo da expectativa.
Como a produção no Brasil faz uma mesclagem de tipos de café, e usa grãos exportados, com os valores mais altos no mercado externo, automaticamente os custos para produção são maiores e acabam sendo repassados para o consumidor.
Valor do café vai cair em 2025?
Não! Celírio Inácio da Silva, diretor executivo da Abic, acredita que o valor do café em 2025 vai ficar maior. Isso porque, a seca deste ano vai afetar a safra seguinte, em que a colheita acontecerá em meados do próximo ano.
“Eu não vejo possibilidade de queda de preço até pelo menos março ou abril de 2025. O que deverá acontecer, na verdade, é um aumento”, afirma Celírio Inácio da Silva, diretor executivo da Abic ao g1.