Julgamento que pode determinar o FIM do FGTS tem data anunciada pela justiça

Tem data para acontecer um importante julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) que será determinante para a continuidade do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Desde abril deste ano os ministros estão analisando o caso que pode mudar de uma vez por todas a forma como o Fundo funciona. 

Julgamento que pode determinar o FIM do FGTS tem data anunciada pela justiça
Julgamento que pode determinar o FIM do FGTS tem data anunciada pela justiça (Imagem: FDR)

Foi agendado pelo ministro Roberto Barroso, presidente do STF, o julgamento da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que trata sobre a atual taxa de correção das contas do FGTS. A ação proposta em 2014 pelo partido Solidariedade pede que os ministros analisem se o cálculo atual é constitucional.

Hoje, o rendimento dos valores somados em cada conta do Fundo de Garantia usa como referência a TR (Taxa Referencial) mais 3% ao ano. Acontece que a TR ficou zerada entre 2017 até novembro de 2021, então a justificativa é de que com o modelo atual as contas praticamente não rendem nada. 

A justificativa do Solidariedade em 2014 foi de que a TR não acompanha a variação da inflação e acaba prejudicando o trabalhador, ao fazer com que o dinheiro depositado nas contas do FGTS seja comprometido pelo aumento dos preços. Por isso o pedido para que a TR deixe de ser usada nesta correção.

A ideia é de que o saldo do Fundo de Garantia passe a ser corrigido todos os anos com um outro índice, e que pelo menos acompanhe a inflação. Até agora, há dois votos a favor de alterar o cálculo de correção do fundo, para que não seja inferior ao rendimento da poupança. De Barroso e do ministro André Mendonça.

O que pode mudar na conta do FGTS?

Caso os ministros aprovem a mudança no cálculo de correção das contas do FGTS, a TR não deixaria de ser usada, mas o adicional deve subir de 3% para 6% que é o índice usado atualmente para o crescimento da poupança.

Os ministros também devem decidir se a alteração no cálculo será usada apenas como referência para a correção a partir do julgamento, ou se todas as perdas inflacionárias até aqui deverão ser recompostas nas contas.

Caso os trabalhadores ganhem o direito de receber os valores que deixaram de ser corrigidos pela taxa atual, cada um poderia ter direito a cerca de R$ 10 mil, dependendo do saldo da conta e do tempo de serviço.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
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