A greve dos entregadores de aplicativos tem ficado mais séria no país. Na última segunda-feira (2), por exemplo, protestantes foram para as ruas e queimaram pneus no centro de Recife (PE). Eles pedem por mais direitos e reconhecimento das plataformas, além de contestarem as punições tomadas pelas empresas.
A greve dos entregadores de aplicativos começou na última sexta-feira (29) e tinha previsão para terminar no domingo (1). Inicialmente, os representantes da categoria nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília é que tinham confirmado a adesão na paralização dos seus serviços.
Mas o protesto foi ganhando força e forma, e cidades nordestinas também registraram casos de manifestações. Os profissionais lutam, principalmente, por dois pontos importantes. O primeiro é o valor recebido por hora que atualmente é de em média R$ 10, e eles querem que suba para até R$ 35 para motoboys.
O outro ponto é a forma como os entregadores de aplicativos são pagos. Hoje eles recebem pelo tempo em que prestam serviço para a plataforma, mas querem ser remunerados pelo período em que ficam online no aplicativo esperando uma nova viagem.
“As empresas por aplicativo (…) dizem que o tempo disponível não é importante para elas. Então a gente tem que tomar cuidado. Se a gente não brecar, isso vai se expandir por outras categorias. Vamos lutar até o fim por esse direito que é mais do que justo, já que essas empresas faturam bilhões e o trabalhador está ganhando cada vez menos”, disse Rodrigo Lopes, presidente do Seambape* à Folha de Pernambuco.
*Seambape: Sindicado dos Trabalhadores Entregadores com Moto e Bike por Aplicativo do Estado de Pernambuco.
Entregadores de aplicativos são penalizados
Além do valor que recebem por hora trabalhada, e o interesse pela remuneração maior e o método de pagamento por hora logada, os entregadores de aplicativos também fazem outras reivindicações. Dependendo do seu comportamento eles são punidos, as vezes sem nem entender o motivo.
“Falta o apoio dos aplicativos que quase não existe. Além do risco que a gente passa, bloqueiam os entregadores e não informam o porquê, e a gente fica sem trabalhar”, contou Bruna Vasconcelos, que presta serviço para três aplicativos à Folha de Pernambuco.
Outras punições que são aplicadas aos profissionais incluem: suspensão do trabalho, redução no valor do serviço, inatividade na plataforma.