Com a fila de espera por requerimentos esperando análise ultrapassando 1,6 milhões, quem depende de um benefício previdenciário já está inseguro. Mas, além deles, quem atualmente recebe um salário vindo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não está isento de ser prejudicado por uma nova decisão.
O INSS enviou para equipe econômica do governo federal uma alerta solicitando mais R$ 3,2 bilhões no orçamento deste ano. De acordo com o Instituto, a quantia é necessária para conseguir bancar o pagamento de benefícios previdenciários e compensações devidas a estados e municípios.
De acordo com informações que foram obtidas pela Folha de S. Paulo, no ofício enviado ao governo o Instituto informa que em busca de diminuir a fila de espera novos beneficiados foram aprovados. Por consequência, os gastos para bancar os pagamentos aumentaram acima do esperado.
Por isso a necessidade de ampliação dessa despesa em R$ 1,646 bilhão. O INSS também informou que há necessidade de ajuste no Orçamento por conta da previsão de gastos com a compensação previdenciária que cresceu R$ 1,595 bilhão. A compensação acontece quando um seguro se aposenta pelo regime próprio de algum estado ou município.
Também há informações de que embora o relatório técnico descrevendo as despesas seja enviado nesta sexta-feira (22), dias antes emissários da Previdência já haviam relatado à equipe econômica o aumento das despesas.
Pagamento de benefícios do INSS corre perigo?
Na verdade, como o pagamento de benefícios previdenciários são obrigatórios, o INSS não vai deixar de cumprir com a folha neste ano. Quer dizer, todos aqueles que têm direito a aposentadoria, pensão ou auxílio e que já tiveram o benefício aprovado, terão acesso normal aos seus pagamentos.
O que deve acontecer é um ajuste no Orçamento atual, já que o governo precisa acomodar esses gastos sob os limites de gasto ainda vigentes para 2023. Para isso, outros setores devem ser atingidos com bloqueios de verba e destinação para que o INSS consiga cumprir com a folha.
No ofício que será enviado ao governo, o INSS alerta que o quadro pode se agravar nos próximos meses. Desde o início do ano, o órgão identificou um crescimento médio de 0,39% ao mês nos valores da folha de pagamento de benefícios. Segundo os técnicos, este é um “aumento significativo na média”.