Brasileiros esperam pagar MENOS no aluguel. Confira se isso é possível

Pontos-chave
  • Saiba se é possível o aluguel ficar mais barato
  • Confira os dados da Inflação do Aluguel

O aluguel nunca foi uma despesa barata para as famílias. Desta forma elas estão sempre esperando que aconteça uma redução. Pode ser que isso aconteça agora. Entenda a razão disso.

Brasileiros esperam pagar MENOS no aluguel. Confira se isso é possível
Brasileiros esperam pagar MENOS no aluguel. Confira se isso é possível (Imagem FDR)

Em agosto, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) passou por uma deflação de 0,14%, depois da queda de 0,72% no mês anterior. Os dados são da FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Inflação do aluguel passa por nova queda 

Esta queda a inflação do aluguel surpreendeu, uma vez que mediana das estimativas de 21 consultorias e instituições financeiras procuradas pelo Valor Data, esperavam alta de +0,03%, com intervalo das projeções indo de -0,20% a +0,23%. 

Diante do resultado do mês de agosto, o índice já possui uma taxa acumulada de 5,28% no ano e de -7,20% em 12 meses. No mesmo mês do ano passado, o índice tinha registrado queda de 0,70% e acumulava uma alta de 8,59% em 12 meses. 

“Nesta apuração do IGP-M, os produtos agropecuários (de -1,87% para 0,02%) e industriais (de -0,75% para -0,24%) contribuíram para a taxa menos negativa do índice ao produtor. Na parte agrícola, a maior influência veio da soja (de 0,03% para 5,63%) e, do lado industrial, do óleo Diesel (de 0,00% para 4,15%). A taxa do INCC acelerou e foi outro destaque importante a contribuir para a queda menos intensa do IGP-M, sendo a mão-de-obra (de 0,38% para 0,71%) a principal contribuição para a aceleração deste índice”, afirma André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre ao Valor Investe.

O IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo) diante do peso de 60%, teve queda de 0,17% neste mês, contra uma queda no mês passado de 1,05%. Ao analisar estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais teve queda de 0,69% em agosto. Em julho, a taxa do grupo havia caído 1,06%.

Razões da queda 

A razão central para esta queda registrada foi oriunda do subgrupo combustíveis para o consumo, com sua taxa passando de -7,71% para -0,95% no período. 

O índice relacionado a Bens Finais (ex), que não engloba os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, passou por queda de 0,29% em agosto, depois de registrar outra queda de 0,47% em julho.

Mesmo sendo considerado como o indicador do mês fechado, no cálculo do IGP-M e de seus componentes, são realizadas as comparações dos preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o mês de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.

Entenda mais sobre o IGP-M

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), divulgado pelo FGV, era o índice mais utilizado na atualização dos contratos até o período da pandemia. Isso fez com que ele passasse a ser chamado de “Inflação do Aluguel”.

No entanto, desde a pandemia, quando o dólar subiu de forma vertiginosa, o mercado teve que procurar alternativas. Imobiliárias passaram a incentivar a troca do indexador IGP-M para a inflação oficial, que é medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE.

E agora o valor do aluguel vai cair?

Pra começo de conversa, é preciso verificar em seu contrato ou com sua imobiliária qual o indexador usado.

“Nos contratos de locação geralmente há uma cláusula para que o reajuste seja aplicado somente se o índice for positivo. No caso de contratos vigentes, com mais essa deflação do IGP-M, o que deve acontecer é a manutenção do valor do aluguel, com a possibilidade de negociações futuras”, disse ao Valor Investe Larissa Gonçalves, economista do DataZAP+.

Desta forma, seguindo o padrão, os contratos só podem ser reajustados para cima. O valor do aluguel só será reduzido caso exista uma negociação entre as partes ou na renovação de contrato sob novos termos.

Pode não ser esta a notícia que os inquilinos queriam ver, mas pelo menos os preços não vão subir. Em casos de variação negativa, o ajuste fica zero.

Entre na comunidade do FDR e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.