- Deixei de pagar a fatura! Posso ser preso?
- Confira dicas para não se enrolar com o cartão
Os consumidores brasileiros costumam usar bastante o cartão de crédito em suas compras no dia a dia. No entanto, muitas pessoas acabam perdendo o controle e atrasando o pagamento das faturas. Caso a pessoa deixe de pagar a fatura ela corre o risco de ser presa? Saiba aqui.
![Não paguei a fatura do cartão de crédito! Posso ser PRESO?](https://fdr.com.br/wp-content/uploads/2023/02/cartao-de-credito-inter-nu-bank-pagbank-iti-itau-shopping-pagamento-fdr-2-e1688411793939.jpg)
Mesmo não sendo uma tarefa muito difícil se organizar financeiramente para não ficar inadimplente, em alguns momentos da vida isso pode acabar acontecendo.
Posso ser preso por não pagar a fatura do cartão?
Uma das grandes dúvidas é se um consumidor que deixa de pagar sua fatura pode chegar a ser preso. A resposta para esta dúvida é não.
Mesmo que ficar inadimplente não seja algo positivo para as pessoas, esta condição não é passível de prisão.
A pessoa inadimplente passa a sofrer com a dificuldade de obter crédito, cartões, financiamentos, entre outras coisas. Isto acontece pois o consumidor fica com nome restrito nos órgãos de proteção ao crédito, como a Serasa. Este é o popular nome sujo.
Fora isso, a dívida ainda vai encarecendo com o passar do tempo. A dívida começa a crescer devido os juros altos.
Mas depois de 5 anos? A dívida prescreve?
Achar que a divida “caduca” ou deixa de existir após 5 anos é outro erro das pessoas.
Após os cinco anos do vencimento da conta, o débito continua existindo e os juros vão acumulando. A única diferença é que após este período, o nome do consumidor sai do SPC e Serasa e de outros serviços de proteção ao crédito.
O nome do consumidor sai dos órgãos de proteção ao crédito, porém a dívida continua existindo e pode ser cobrada pelo banco ou instituição responsável normalmente. É importante destacar que o banco pode cobrar a dívida após cinco anos do vencimento, porém ele não pode acionar o consumidor judicialmente.
Dívidas prescrita
Também pode acontecer da dívida prescrever. A dívida prescreve em até 10 anos após o seu vencimento. Diferente da dívida caducada, quando o débito prescreve o credor perde o direito de cobrança e débito deixa de existir.
É importante destacar que para isso acontecer é preciso que o valor devido não tenha sido cobrado durante esse período. Na prática, o banco deve “esquecer” de cobrar o cliente por 10 anos.
Os períodos para prescrição de uma dívida bancária mudam de acordo com o tipo:
- Cartão de crédito: 5 anos;
- Cheque especial: de 6 meses a 3 anos;
- Seguros: 1 ano;
- Boletos bancários: 5 anos;
- Notas promissórias e letras de câmbio: 3 anos.
O consumidor não é obrigado a pagar uma dívida prescrita, mas é importante considerar que o pagamento da dívida pode evitar problemas no futuro, como restrições ao crédito ou cobranças. Sendo assim, a melhor saída é sempre pagar as dívidas, independente delas caducarem ou prescreverem.
Dicas para não se enrolar com o cartão de crédito
Ao Metrópoles, o diretor da Valorum e especialista em finanças, Marcos Sarmento Melo, disse que é muito fácil se descontrolar com o cartão de crédito, especialmente por um fator psicológico.
“Quando usamos o cartão de crédito, não estamos vendo o dinheiro sair, e acaba ficando mais fácil usá-lo para fazer as compras. Tem que tomar muito cuidado, porque acaba acumulando e no final (do mês) pode-se não ter o dinheiro para fazer o pagamento integral daquela fatura”, disse ele ao Metrópoles.
Ele alerta ainda para o perigo de não pagar o valor total fatura. “Quando não se paga o total da fatura, a taxa de juros que se cobra a cada dia daquilo que deixou de ser pago é muito alta, e isso é perigoso”.
Marcos aconselha ainda que os consumidores devem usar apenas o que já possuem, em dinheiro vivo. Não é certo usar o cartão contando com um dinheiro que ainda vai receber. “Se já tiver o salário na conta corrente, aí sim. Usa dentro daquele limite de dinheiro que já tem”.
Por fim, o especialista diz que o ideal é ter apenas um ou dois cartões, pois um grande número contribuem para perder o controle.