Fato ou Fake: Descubra se Bolsonaro recebeu doações de 88 milhões de brasileiros

Desde que aliados de Jair Bolsonaro iniciaram uma campanha, em 23 de junho, divulgando o Pix do ex-presidente para pedir doações de apoiadores, circulam nas redes sociais informações que ele recebeu doações de 88 milhões de pessoas em “vaquinha” virtual.

88 milhões de pessoas fizeram PIX para Bolsonaro? Descubra de uma vez por todas
88 milhões de pessoas fizeram PIX para Bolsonaro? Descubra de uma vez por todas. (Imagem: FDR)

Está rolando pela internet a informação que o Banco Central divulgou que 88 milhões de CPFs doaram valores por meio do Pix para o ex-presidente Jair Bolsonaro após mobilização recente de apoiadores. Porém, não é verdade.

O Banco Central afirmou à plataforma Aos Fatos que não fez nenhuma publicação sobre o assunto. Em nota, enfatizou que “as transações são protegidas por lei, dados de transações específicas só podem ser informados às autoridades competentes”, se referindo à Lei do Sigilo Bancário.

Posts com conteúdo enganoso somavam 36 mil compartilhamentos no Facebook e 1,3 milhão de visualizações no TikTok na terça-feira (4). As peças enganosas circulam também no WhatsApp.

Entenda o que aconteceu no caso do pix para Bolsonaro

O número citado como se fosse de CPFs tem sido, na realidade, confundido com o montante líquido de recursos (R$ 88.155.745,15) recebidos de pessoas físicas por Bolsonaro durante o pleito de 2022.

A cifra aparece no DivulgaCand, site que reúne informações detalhadas sobre as contas eleitorais de todos os candidatos que pediram registro junto à Justiça Eleitoral. No total, a campanha do ex-presidente registrou 368.659 doações, incluindo repasses de pessoas físicas e partidos.

No fim de junho, apoiadores de Bolsonaro iniciaram uma campanha de arrecadação de dinheiro via Pix para o ex-presidente pagar multas de processos pelos quais responde.

Os pedidos de Pix começaram na mesma semana em que teve início o julgamento pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de uma ação do PDT que pediu a inelegibilidade de Bolsonaro e seu candidato a vice, Walter Braga Netto, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com embaixadores, em julho de 2022.