Empréstimo consignado do Auxílio Brasil vira caso de polícia e preocupa beneficiados

Em outubro de 2022, por meio de um incentivo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o empréstimo consignado do Auxílio Brasil foi criado. Naquele mesmo mês o Banco Central informou que foram somados cerca de R$ 5 bilhões nessa operação. Agora, segundo informações da Caixa Econômica, órgãos de fiscalização estão investigando a liberação de recursos por esse produto.

Empréstimo consignado do Auxílio Brasil vira caso de polícia e preocupa beneficiados
Empréstimo consignado do Auxílio Brasil vira caso de polícia e preocupa beneficiados (Imagem: FDR)

O empréstimo consignado do Auxílio Brasil surgiu como um “agrado” do ex-presidente Jair Bolsonaro próximo as eleições presidenciais. Naquela época, o programa de transferência de renda que funcionava no país era o Auxílio Brasil. As famílias inscritas, cerca de 21,1 milhões, podiam emprestar dinheiro em 12 bancos credenciados e pagar com desconto no seu benefício social. 

O desconto era limitado a 40% do valor original do programa que era de R$ 400, ou seja, a parcela máxima de pagamento era de R$ 160. O contrato previa duração de 24 meses de pagamento, isto é, dois anos debitando as parcelas do benefício social. As taxas de juros foram limitadas a 3,5% ao mês, e o banco que mais operou esse produto foi a Caixa Econômica Federal.

Nesse ano, com a troca da presidência e a entrada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mudanças aconteceram no empréstimo consignado do Auxílio Brasil. O programa passou a se chamar Bolsa Família, e as condições de contratação caíram, o desconto passou a ser de 5% do valor do benefício, agora em R$ 600. O prazo de pagamento foi para seis meses, e os juros até 2,5% ao mês.

Empréstimo consignado do Auxílio Brasil vira caso de polícia

O comando da Caixa Econômica também mudou, agora a presidente é Rita Serrano, e o banco deixou de oferecer o empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Segundo a presidente da instituição, órgãos de controle, fiscalização e a auditoria interna do banco estão investigando esse produto.

Em seu perfil na rede social Twitter, Serrano disse que o produto tem potencial para ser investigado porque foi liberado “às vésperas das eleições de 2022 e com um apelo excessivo ao endividamento da população vulnerável“. O índice de inadimplência dos usuários não preocupa, porque há desconto direto no benefício social.

Mas, para Rita e outros funcionários da Caixa a ideia de liberar um empréstimo com redução de um benefício social não é agradável. Quem recebeu o crédito e agora faz o pagamento não será investigado e pode ficar tranquilo, o objetivo é analisar a conduta da última gestão.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
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