Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou algumas novidades em relação ao programa Desenrola. A ação deve desenvolver estratégias para que pessoas inadimplentes, com foco naqueles que vivem de baixa renda, possa negociar suas dívidas. Segundo o ministro, o motivo pelo qual o projeto ainda não saiu do papel é a decisão do setor privado.
O setor privado que Haddad menciona são os credores, ou seja, as empresas em que os cidadãos estão inadimplente. O Brasil registrou 70,1 milhões de inadimplentes em janeiro de 2023, de acordo com levantamento realizado pelo Serasa. Comparada a mesma pesquisa de cinco anos atrás, foi possível perceber que 10,8 milhões de pessoas adquiriram dívidas que não conseguiram pagar.
Os motivos que explicam essa situação são vários, desde a queda de rendimento da família até o aumento dos juros. Isso porque, essa mesma pesquisa do Serasa mostrou que o valor das dívidas tem subido, em média cada inadimplente deve R$ 4.612,30, enquanto em janeiro de 2018 era R$ 3.926,40. Com uma dívida alta e um salário baixo, as famílias se veem em uma “bola de neve”.
Diante desse cenário que já é de conhecimento do governo federal, desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado sobre o lançamento do Desenrola, mas que ainda não aconteceu. Segundo Fernando Haddad, o sistema operacional do programa está em desenvolvimento, e a Medida Provisória para sua criação foi encaminhado à Casa Civil.
Haddad explica como o Desenrola vai funcionar
Para o ministro da Fazenda, o Desenrola será um programa histórico, porque “nunca o Estado entrou para equilibrar a dívida das pessoas“. Segundo Haddad, assim que o sistema operacional estiver pronto, o programa será lançado e as pessoas poderão usufruir dos seus benefícios.
Atualmente existem formas de negociação de dívidas, mas junto com as próprias empresas que o cidadão está inadimplente, ou contando com feirões e mutirões de credoras. É o exemplo do Feirão Serasa Limpa Nome que oferece o pagamento de dívidas por R$ 100, mas com ressalvas.
De acordo com as explicações de Haddad, no Desenrola o governo federal vai oferecer subsídios para que as dívidas sejam quitadas. Em outras palavras, o poder público vai pagar parte do débito dos consumidores de baixa renda, a fim de diminuir o impacto que a dívida tem sobre eles.