O BNDES e o China Development Bank (CDB), instituição de fomento do país asiático, assinaram acordo para captação de até US$ 1,3 bilhão. O acordo foin firmado após visita do presidente Lula à China.
Para onde vão os recursos?
Aloizio Mercadante, atual presidente do BNDES, afirmou que este acordo com o CDB é resultado da volta do protagonismo do Brasil no mundo. “Um país respeitado internacionalmente abre mais oportunidades de captação e de diversificação das fontes de recursos para o BNDES, gerando, futuramente, mais emprego e mais renda em nosso país”, declarou Mercadante.
Do recurso total, US$ 800 milhões serão destinados para o longo prazo (até 10 anos) e terá como foco o financiamento de projetos das seguintes áreas:
- infraestrutura;
- energia;
- manufatura;
- petróleo e gás;
- agricultura;
- mineração;
- saneamento;
- agenda ESG (ambiental, social de governança);
- mudança climática e desenvolvimento verde;
- prevenção a epidemias;
- economia digital;
- alta tecnologia;
- gestão municipal.
Mercadante explica que investimentos de longo prazo costumam ser um gargalo para o desenvolvimento do Brasil e, por isso, a ideia é que a maior parte dos recursos tenham esse foco.
Já na linha de curto prazo (até 3 anos) o montante de US$ 500 milhões será utilizado como parte do orçamento de investimentos do BNDES, podendo apoiar, por exemplo, operações que promovam o comércio bilateral entre China e Brasil, entre outras frentes de financiamento.
Os clientes destas linhas de financiamento são potencialmente empresas privadas e entes públicos, que demandem crédito ao BNDES para apoio a investimentos nos segmentos mencionados, nas condições previstas nas políticas operacionais do BNDES.
Brasil e China voltar a “falar a mesma língua”
Mercadante reforça que a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil e lidera o fluxo de investimentos estrangeiros diretos no país. “Queremos aprofundar nossas relações com o CDB do ponto de vista do financiamento, com vistas a acelerar os investimentos em setores estratégicos como transição energética, mobilidade urbana e infraestrutura”.
O relacionamento entre o BNDES e o CDB teve início em 2007, quando foi negociado o financiamento destinado à construção do Gasoduto Sudeste-Nordeste, que culminou na celebração de contrato de empréstimo externo, formalizando a captação de recursos pelo BNDES no valor de US$ 750 milhões.
Na sequência, foram assinados memorandos de entendimento e acordos de cooperação entre as instituições, que se comprometeram a buscar novas oportunidades de cooperação em projetos com potencial de interesse mútuo de Brasil e China.