Salário mínimo de maio: veja como fica o valor dos benefícios trabalhistas

Pontos-chave
  • Governo e centrais sindicais se reúnem para discutir a valorização do salário mínimo;
  • A quantia deve ser alterada a partir de 1º de maio desse ano;
  • Mudança vai afetar direitos trabalhistas.

Em dezembro de 2022 o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia assinado uma Medida Provisória estabelecendo o salário mínimo para 2023. A quantia de R$ 1.302 foi seguida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas o valor desagrada membros da equipe e o próprio presidente que anunciaram para maio uma mudança importante.

APROVADO! Reajuste de 9% no salário mínimo é sancionado por Lula com validade imediata
Salário mínimo de maio: veja como fica o valor dos benefícios trabalhistas (Imagem: FDR)

Com a quantia de R$ 1.302, foi a primeira vez que o governo Bolsonaro aprovou um salário mínimo acima da inflação. O reajuste comparado ao piso de 2022 foi de 7,42%. Na verdade esse valor já havia sido aprovado pela equipe econômica da época desde agosto, mas ficaria abaixo da inflação.

Mas, com a queda da inflação no final do ano, ficando em 5,93%, o piso federal acabou ficando matematicamente maior. O índice inflacionário foi medido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Ainda em dezembro a equipe de transição propôs ao Congresso Nacional um novo valor para o piso, para isso seriam dedicados mais de R$ 6 bilhões para bancar a quantia.

Devido ao aumento de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que usam o salário mínimo como referência para o pagamento do seu piso, o governo recuou da decisão. A promessa agora é de que o novo piso salarial aumente a partir de maio.

Governo Lula prometa dedicação ao salário mínimo

Em janeiro desse ano, o presidente Lula criou um grupo de trabalho para discutir salário mínimo e voltou a defender que o reajuste do piso acompanhe o PIB (Produto Interno Bruto). Quando Michel Temmer assumiu o comando do país ele retirou no cálculo de reajuste do piso o adicional do PIB.

A ideia agora é que esse valor volte a ser considerado, e não apenas use como referência o resultado da inflação. A Constituição Federal exige que todos os anos o salário mínimo seja reajustado, a fim de que garanta o poder de compra dos brasileiros. Isso porque, todos os anos serviços e produtos sofrem com reajustes de valores.

Nesta segunda-feira (3). a Equipe de Governo e as Centrais Sindicais se reuniram para discutir a valorização do salário mínimo. Foi o primeiro encontro do Grupo de Trabalho com as Centrais para se discutir o tema. Na ocasião, as Centrais propuseram que piso tenha um acréscimo com uma taxa fixa 2,4% ao ano, acrescida das perdas pela inflação e variação do PIB de dois anos atrás.

Na prática, a proposta tem uma média de ajuste em 4,2% ao ano, de 2024 a 2026. A princípio, a sugestão do governo Lula e que não foi descartada na conversa é de que o salário mínimo mude para R$ 1.320 a partir de 1º de maio desse ano. 

COMPRAS NA SHEIN, SHOPEE E ALIEXPRESS VÃO SER TAXADAS POR CAUSA DESSE MOTIVO

Efeitos do salário mínimo nos benefícios trabalhistas

Tudo indica que no dia 1º de maio, quando se comemora o Dia do Trabalhador, o governo Lula vai promover um evento anunciando o salário mínimo de R$ 1.320. As mudanças que forem propostas pelo grupo de trabalho poderão ser aplicadas a partir de 2024, dessa vez considerando novos limites de gastos.

Com a alteração os benefícios trabalhistas e sociais serão consequentemente afetados, porque usam esse valor como referência para os seus pagamentos. Até mesmo por isso, o governo costuma ser mais cauteloso nos reajustes, porque seus cofres sofrem com as mudanças.

Cada R$ 1 a mais no salário mínimo equivale a um aumento de R$ 389 bilhões nas contas públicas. Esse foi um dos motivos que impediu o reajuste superior já a partir de janeiro. Para trabalhadores regidos pela CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas) atuando por 8 horas/dia, vale o salário que foi decidido pelo governo.

PIS/PASEP

Seguro-desemprego

MEI

INSS

 

YouTube video player
Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
Sair da versão mobile