Nova proposta do salário mínimo gera impactos absurdos na contabilidade do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs a criação de um grupo de trabalho a fim de discutir uma nova política de valorização do salário mínimo. Nessa semana, esse grupo junto com centrais sindicais se reuniram e foi apresentado pelos sindicatos um novo cálculo para o piso salarial. A mudança que começaria em 2024 traria um impacto bilionário aos cofres públicos. 

Nova proposta do salário mínimo gera impactos absurdos na contabilidade do governo
Nova proposta do salário mínimo gera impactos absurdos na contabilidade do governo (Imagem: FDR)

Durante os governos petistas a valorização do salário mínimo anual contava não só com o reajuste baseado na inflação, mas também com o resultado de dois anos anteriores do PIB (Produto Interno Bruto). Em 2019 esse tipo de cálculo foi deixado para trás, e durante o governo de Jair Bolsonaro o piso salarial do país nunca contou com reajuste real. Isso porque, acompanhava apenas a inflação.

Esse foi um ponto muito criticado por Lula durante o período eleitoral, e virou motivo de troca de farpas entre os candidatos. Tanto, que o atual presidente chegou a prometer que revisaria a forma de calcular o salário mínimo. No entanto, desde 1º de janeiro vale no país a quantia de R$ 1.302 para o piso, prevista por Jair Bolsonaro.

O valor, no entanto, vai mudar a partir de 1º de maio para R$ 1.320, como já anunciou a equipe econômica do país. Em reunião com membros do governo, as centrais sindicais propuseram um novo cálculo de reajuste do piso salarial e mudanças que podem começar a valer apenas em 2024.

Novo salário mínimo do Brasil

O novo salário mínimo de R$ 1.320 começa em 1º de maio, e ainda vai ser confirmado por meio de um evento e a publicação de um decreto assinado por Lula nessa mesma data. Para que o piso não sofra perdas inflacionárias, as centrais sindicais propuseram a fixação de um cálculo de reajuste para o salário mínimo:

Em 2024, por exemplo, o reajuste do salário mínimo seria calculado com base no INPC acumulado no ano de 2023, o crescimento PIB de 2022 (2,9%), mais 2,4 pontos percentuais. Passando a ser de R$ 1.474, e custando pelo menos R$ 60 bilhões para o poder público. 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
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