Lula recebe nova proposta de salário mínimo sob recomendação sindicalista e trabalhadores comemoram

O Governo Lula recebeu na última quinta-feira, 03, uma nova proposta de salário mínimo. O projeto foi apresentado por centrais sindicais com o propósito de conseguirem um reajuste no piso salarial. Os trabalhadores seguem na expectativa por um parecer oficial. 

Lula recebe nova proposta de salário mínimo sob recomendação sindicalista e trabalhadores comemoram
Lula recebe nova proposta de salário mínimo sob recomendação sindicalista e trabalhadores comemoram. (Imagem: FDR)

Sindicalistas propuseram ao Governo Federal um reajuste com base na taxa fixa de 2,4% ao ano, junto às perdas inflacionárias e variações do Produto Interno Bruto (PIB) referente aos últimos dois anos. Ao final, a proposta prevê um reajuste médio de 4,2% no salário mínimo entre 2024 a 2026. 

Na oportunidade, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a política de valorização do salário mínimo virá em conformidade com o regimento fiscal apresentado pela equipe econômica do Governo Lula. 

Enquanto isso, as centrais sindicalistas justificam que o pedido foi feito com o propósito de recuperar as perdas acumuladas desde 2019, primeiro ano de mandato do ex-presidente, Jair Bolsonaro, quando passou-se a considerar apenas o reajuste inflacionário. 

Já a política de valorização do salário mínimo, tem o PIB como principal indexador. Observe detalhes da proposta:

  • 2024: INPC acumulado no ano anterior + PIB de 2022 (2,9%) + 2,40%;
  • 2025: INPC acumulado no ano anterior + PIB de 2023 (projeção de 1,2%) + 2,40%;
  • 2026: INPC acumulado no ano anterior + PIB de 2024 (projeções de 1,5%) + 2,40%.

Nesses parâmetros, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) calcula valorização média (aumento real) de 4,2% ao ano (2024-2026) no salário mínimo. As projeções do PIB são do Boletim Focus, do Banco Central.

O documento entregue ao governo está dividido em dois cenários. O primeiro (detalhado acima) tem três indexadores (válido para os anos de 2024, 2025 e 2026) e o segundo com dois indexadores (válido a partir de 2027).

  1. Proposta para os próximos 3 anos: INPC + PIB de 2 anos atrás + 2,40% ao ano (referente à recuperação da perda da não aplicação da política de 2019 a 2022);
  2. Proposta de longo prazo: INPC + PIB de 2 anos (com a definição de um piso mínimo para ajuste de 2,4%);

Com esse piso, portanto, o reajuste anual não poderia ser inferior a 2,4%, mesmo se o crescimento econômico for abaixo desse patamar.

Novo salário mínimo em maio

Entre as conquistas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo nos primeiros três meses de mandato está o novo reajuste no salário mínimo. Embora o piso nacional já tenha passado por uma atualização em janeiro, de R$ 1.212 para R$ 1.302, um novo aumento pagará R$ 1.320 para os trabalhadores brasileiros. 

O segundo reajuste do salário mínimo em 2023 acontecerá no dia 1º de maio. A data não faz parte de uma escolha aleatória, pois marca o feriado nacional do Dia do Trabalhador.

O atual salário mínimo, em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2023, foi previsto pelo Orçamento aprovado no Congresso Nacional, com base em proposta enviada pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. 

A proposta de salário mínimo feita pelo atual chefe do Executivo Federal, Luiz Inácio Lula da Silva, chega a R$ 1.320, um aumento de apenas R$ 18. Contudo, as centrais sindicais requerem a concessão de um valor maior, em torno de R$ 1.342, embora a quantia seja incompatível com o equilíbrio das contas públicas.

O atual reajuste do salário mínimo promulgado com base na Medida Provisória (MP) 1.143, foi de 7,42%, ficando acima da inflação apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 5,93% no acumulado de 2022. Este é um dos principais medidores inflacionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.