- Governo Lula relança o programa Mais Médicos;
- Serão contratados além de médicos, dentistas e enfermeiros;
- Governo garante que dará preferência para brasileiros.
Outra promessa de Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi oficialmente relançada em uma cerimônia que aconteceu na segunda-feira (20). O programa Mais Médicos volta a funcionar no país, tendo como principal objetivo ampliar a atuação de profissionais da saúde em áreas mais afastadas. Para isso, serão abertas 15 mil vagas de emprego em todo Brasil.
O programa Mais Médicos foi criado em 2013, naquela época Dilma Rousseff (PT) era a presidente do Brasil. Desde o início o objetivo do programa sempre foi o mesmo, de melhorar o atendimento médico de locais mais afastados, como municípios pequenos e comunidades mais pobres, além das favelas. O programa também prevê mais investimentos para construção, reforma e ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Na época do governo Dilma um ponto de destaque que gerou polêmica e discussão foi o fato de profissionais de saúde estrangeiros terem sido contratados para atuar no país. Quem mora em municípios menores pode se lembrar da chegada desses médicos, a maioria deles vindos de países como a Venezuela ou Cuba.
Dessa vez, Lula não descartou que profissionais estrangeiros serão contratados pelo Mais Médicos, mas admitiu que dará preferência para brasileiros. No seu discurso, o presidente disse que a nacionalidade do médico não será questionada, o que importa é a “nacionalidade do paciente”.
Como o programa Mais Médicos vai agir?
Inicialmente, as informações do governo federal são de que o Mais Médico vai abrir 15 mil novas vagas de emprego. Desse número, 5 mil serão preenchidas no primeiro semestre desse ano usando recursos do governo federal. Enquanto as outras 10 mil precisarão usar recursos vindos dos estados e municípios.
Lula disse que a população que vive em áreas afastadas do atendimento médico, como de UBS e do UPA (Unidade de Pronto Atendimento), entendem como faz falta ter profissionais capacitados. Justamente por isso aqueles que forem contratados vão atender em cidades pequenas, e nas favelas.
O investimento total do governo será de R$ 712 milhões neste ano. E além dos profissionais que atendem de forma clínica, profissionais especialistas, dentistas e até mesmo enfermeiros serão contratados.
“Com a visão de fortalecimento da atenção primária, anunciamos também o credenciamento de equipes de consultórios de rua de saúde bucal.“, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Lula defende Mais Médicos das críticas da oposição
Durante todo o seu discurso, o presidente Lula buscou mostrar qual a importância do Mais Médicos para o funcionamento da saúde pública do Brasil. Quando o programa foi criado houve uma série de críticas da oposição, e ele acabou perdendo força na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Naquela época uma das principais queixas era o fato de profissionais cubanos terem sido contratados. Em diferentes ocasiões, o ex-presidente questionou a competência dos profissionais estrangeiros e acusou o Mais Médicos de ser usado para financiar o governo cubano.
“Tentaram acabar com o Mais Médicos. Venderam toda uma imagem negativa de forma pejorativa e não tiveram sequer a vergonha de pedir desculpas aos médicos cubanos que foram embora deste país“, disse Lula.
Lula defende que a ação desse programa beneficia diferentes frentes, sendo capaz de suprir a necessidade do país por atendimento médico em locais mais afastados. “(…) tem três tipos que precisam desse tipo de política: as pessoas que vão ser atendidas, os médicos que vão trabalhar e os prefeitos e prefeitas das cidades pequenas e médias“, disse o presidente.
Mais Médicos trará oportunidade de trabalho para brasileiros
No relançamento do programa, Lula se comprometeu a dar preferência para médicos brasileiros no preenchimento das 15 mil vagas de emprego anunciadas. O presidente chegou a dizer que o interesse é de que todos os médicos inscritos no programa seja brasileiros, e tenham sua formação realizada no nosso país.
E ainda, disse que se essa meta não for possível o desejo é de contratar “médicos brasileiros formados no estrangeiro, ou médicos estrangeiros que trabalham aqui“. No entanto, Lula não descartou a possibilidade de contratar em outro país profissionais para atuarem no Mais Médicos, caso não haja um grande interesse dos trabalhadores nacionais.
O destaque dado pelo presidente é o fato de que o que importa são os pacientes a serem atendidos, e não a nacionalidade do médico. Para isso, em março será lançado um edital com 10 mil vagas em que os candidatos poderão se cadastrar.
Ficará a cargo das prefeituras, com auxílio do governo federal, lidar com a contratação. Os médicos receberão uma bolsa de R$ 12,1 mil, além de um auxílio moradia de valor variável dependendo do local em que esse profissional terá que atuar.