Em São Paulo, a prefeitura da cidade proibiu a operação do Uber e 99 Moto com a intenção de criar um aplicativo municipal para disputar terreno com as grandes plataformas. Este projeto acabou inspirando o Recife, que também pode ganhar em breve um app de transporte municipal. Entenda.
Na última segunda, 20, na Câmara dos Deputados de Recife, foi dada a largada para a possível criação deste aplicativo. Foram aprovados de forma unânime três requerimentos que solicitam ao prefeito João Campos que faça a análise da possível criação do aplicativo semelhante ao MobilizaSP, de São Paulo.
Esta proposta do aplicativo é do vereador Aderaldo Pinto, que conseguiu aprovar três requerimentos redigidos por ele, que propõem a criação do aplicativo para concorrer com a Uber, 99 e Indrive.
Estes três requerimentos serão remetidos ao prefeito do Recife, à presidente da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), Taciana Ferreira e para o presidente da Empresa Municipal de Informática (Emprel).
“São os atores que têm autoridade e competência para viabilizar a implementação de um aplicativo de transporte particular que possa gerar concorrência no mercado e trazer mais segurança aos passageiros”, disse Aderaldo Pinto ao JC.
Vereador de Recife justifica proposta
Segundo o vereador, esta ideia do aplicativo semelhante ao de São Paulo nasceu a partir de demandas vindas dos próprios motoristas parceiros dos grandes aplicativos de transporte. Estes profissionais sempre se queixam, segundo Aderaldo, do grande índice de desconto aplicado no valor das corridas em apps como Uber.
“O aplicativo da prefeitura de São Paulo cobrará uma taxa de 10,95% aos motoristas. O Uber e o 99 Pop cobram taxas aos motoristas que variam de 20% até 50%, dependendo do horário e da demanda. Então, trará ganhos muitos maiores para os motoristas. Por isso que o aplicativo teve um cadastramento recorde de condutores no primeiro dia de lançamento”, explicou ele ao JC.
O aplicativo de transporte de Recife poderia, segundo a posposta de Aderaldo, prever uma taxa pelo uso do viário superior a determinada na Lei Municipal 18.528/2018.
“O município também teria um retorno financeiro com mais recursos para reinvestir na nossa malha viária atual, com obras de recuperação de vias, como recapeamento asfáltico, pavimentação e tapa-buracos, uma vez que o retorno financeiro será muito maior do que o percentual de 1,00% a 2,00% atuais instituídos pela lei de 2018, explicou ele ao Jc.