Onde investir? Levantamento compara rendimento do Nubank, PicPay, Tesouro, Mercado Pago e fundos de renda fixa

Pontos-chave
  • Confira informações importantes antes de investir
  • É preciso ter cautela até mesmo para investir em renda fixa

Está pensando em investir? Quando se decide aplicar em um fundo de investimentos a idéia é se aproveitar do conhecimento do gestor para obter ganhos maiores do que normalmente se conseguiria sozinho. Esta idéia se aplica até mesmo na renda fixa. Se você estiver na dúvida, confira um comparativo de rendimento do Nubank, PicPay, Tesouro, Mercado Pago e fundos de renda fixa antes de fazer seu investimento.

O levantamento foi realizado pelo portal Valor Investe utilizando diferentes aplicações em investimentos de renda fixa comparando com o desempenho médio de fundos dessa mesma classe de ativos.

Segundo este estudo, o mais simples está dando mais retorno. Tanto no caso do Tesouro Selic (título público que segue a variação da taxa básica de juros) quanto de contas de rendimento automático, como NuConta, PicPay e Mercado Pago, por exemplo, o desempenho médio é maior que o de fundos DI e fundos de crédito privado.

Entre agosto do ano passado até fevereiro de 2023, período em que a Selic se manteve em 13,75% ao ano, o Tesouro Selic teve rendimento 7,85%. Já a NuConta e a conta digital do Mercado Pago (que prometem uma rentabilidade de 100% do CDI) tiveram um rendimento de 7,69%. 

Já o PicPay, que oferece rendimento de 102% do CDI depois de 30 dias do depósito, apresentou um resultado de 7,84%. 

Neste mesmo intervalo de tempo, os fundos DI passaram por um rendimento de 7,12% em média. Por sua vez, os fundos de crédito privado, aqueles em que o gestor seleciona os títulos como debêntures e CDBs para “melhorar” a cesta, passou por um desempenho ainda mais fraco: 5,79% de rendimento em média.

As informações levam em conta o rendimento bruto, isto é, sem considerar o desconto do Imposto de Renda e, ainda no caso dos fundos, é descontada também a taxa de administração paga pelo investidor, que muda de produto para produto.

É possível explicar em parte este resultado por conta do “estresse” enfrentado recentemente pelo mercado de crédito, em especial depois do caso da Americanas.

Após este episódio foi possível perceber que diversos fundos que possuíam papéis da Americanas e de algumas outras empresas que enfrentam problemas recentemente, sofreram com os reflexos disso.

Isto tudo serviu para mostrar que quando o investidor está em busca de maiores ganhos, mesmo quando aposta na renda fixa, ele fica sujeito a riscos maiores.

No que vale mais a pena apostar?

Apesar dos desempenhos médios menores em comparação com outros ativos de renda fixa, o rendimento dos fundos conservadores não decepcionam e superam, de maneira  firme, a inflação. Sendo assim, os investidores seguem obtendo ganhos reais (mesmo descontando a inflação) atraentes quando apostam em fundos conservadores.

Vale ressaltar que mesmo que as aplicações com contas de rendimento sejam mais fáceis, elas também oferecem certos riscos. Isto acontece pois para conseguir oferecer uma rentabilidade o dinheiro do cliente é investido em algum ativo.

No NUbank o rendimento é oriundo de RDBs (Recibos de Depósitos Bancários) do próprio Nubank. Já o Mercado Pago a rentabilidade vem de títulos públicos do Tesouro Direto. Por fim, quem investe no PicPay recebe rendimentos provenientes de Certificados de Depósito Bancário (CDB).

O sócio-fundador e diretor de produtos e estratégia da Matriz Capital, Ricardo Aragon, disse que o ideal é sempre diversificar, mesmo no universo da renda fixa.

“As oportunidades de ganhos maiores em renda fixa geralmente são em títulos de dívida. E, quanto maior o risco, maior a rentabilidade. A gente pode diversificar em fundos que tentam alçar esses ganhos maiores. Mas para isso, precisamos fazer uma curadoria para entender o que o gestor está fazendo. O fundo tem que ter uma pulverização de ativos ali dentro. No mesmo fundo pode ter Tesouro, CDBs de bancos, mas é preciso entender qual é a qualidade do crédito que está ali”, disse o especialista ao Valor Investe.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.