O número de brasileiros que formaram novas dívidas aumentou drasticamente após o início da pandemia. Hoje, com um pouco mais de 88% da população com pelo menos 1 dose da vacina e a reabertura da economia, presenciamos o reflexo financeiro da quarentena.
A população teve dificuldades de manter os seus negócios e empresas abertas ao decorrer da pandemia. Diversas microempresas e pequenos negócios tiveram que ser fechados por falta de verba. Com os prejuízos, o número de dívidas aumentou.
Um crise como uma pandemia gera problemas gravíssimos para o ecossistema econômico de um país. A pirâmide dos trabalhadores sofre por completa, da base ao topo. Consequentemente, o número de inadimplentes em todos os níveis da pirâmide aumentaram.
Em 2023, o Serasa fez um levantamento e divulgou que o número de inadimplentes chega próximo aos 69,5 milhões de pessoas. Este é um número recorde. A taxa de endividamento, segundo registros da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), chegou a 77,9%.
Qual é o denominador comum?
Em um estudo revelado pela Deep Center, empresa especializada em análise de dados, mostrou que temos algo em comum entre aqueles que tem dívidas no Brasil: quanto maior o tempo de demora para efetuar o pagamento, menor a chance de ter a conta, de fato, quitada. Vamos te explicar.
O estudo diz que a possibilidade do brasileiro endividado quitar a sua conta dentro do espaço de 30 dias após o vencimento é de 68%. Porém, a pesquisa também mostra que, passado seis meses da dívida, a probabilidade de pagamento cai bruscamente, com 5%.
Além disso, o estudo mostrou outro ponto em comum: 86,6% das dívidas registradas foram oriundas do uso de cartão de crédito. Ainda temos destaques para carnês em lojas com 19% e financiamento de carro com 10,4%, segundo estudo do Deep Center.
A maioria dos endividados tem em torno de 26 e 40 anos, com 34,8% da massa devedora brasileira; e o preço médio de uma dívida no Brasil chega aos R$4.493,90.
Perfil dos endividados
Ainda segundo a CNC, 32,3% das pessoas que estão com dívidas se encontram no grupo de pessoas que possuem uma renda familiar inferior a 10 salários mínimos e 10,7% das pessoas relataram não possuir verba para efetuar o pagamento. As mulheres são as mais presentes na lista, com aproximadamente 79,5% dos endividados.