Juros vão cair? Perscpetivas dos bancos choca muita gente

Pontos-chave
  • Instituições não acreditam na queda dos juros no 3º trimestre
  • Entenda a taxa Selic

Que os juros estão altos não é novidade para ninguém, mas será que isso pode mudar ainda este ano? De acordo com a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas,  as instituições não projetam uma redução da taxa Selic no terceiro trimestre deste ano. Saiba mais.

Isto mudou em comparação com a pesquisa realizada em dezembro do ano passado, quando a maior parte das instituições (75%) acreditava que o Banco Central iria cortar os juros nas reuniões do Copom a serem realizadas em agosto ou setembro. Na pesquisa deste mês, 55,5% acreditam que os juros começarão a ceder apenas no quatro trimestre (33,2%) ou depois (22,2%).

“O levantamento captou um certo pessimismo em relação à política monetária, com novo adiamento das expectativas quanto ao início da flexibilização”, falava a pesquisa, de acordo com o valor Investe.

Na visão de 55,6% dos entrevistados, a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central e o recente crescimento das projeções de inflação mudaram de maneira significativa sua projeção para o começo da flexibilização monetária e a taxa Selic final para este ano. A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano.

Na estimativa de grande parte dos participantes (76,5%) o juro real neutro da economia estaria em 5,0% neste momento, patamar maior que o utilizado nas hipóteses adotadas pelo Copom (4,0%) em suas projeções.

No caso do câmbio, a projeção é que permaneça perto dos US$ 5,30 até o encerramento do terceiro trimestre. Sobre o PIB, a maior parcela dos participantes (55,6%) enxerga que a atividade econômica vai aumentar entre 0,5% e 1,0% em 2023. Os demais estão divididos igualmente  (22,2%) entre um desempenho inferior ou superior ao do consenso.

Entenda a taxa Selic

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia do país e é usada para estabelecer outras taxas, como de empréstimos e financiamentos.

O patamar da Selic é definido na reunião do Copom levando em conta diversos fatores econômicos. As reuniões acontecem a cada 45 dias e sempre é determinado o patamar da taxa. O patamar é denominado de Selic Meta ou Meta Selic e pode subir, diminuir ou se permanecer estável.

Sendo assim, os juros altos trazem diversos reflexos na economia do Brasil, como:

Quando a taxa básica está alta, ela causa dois reflexos importantes na vida financeira das pessoas. Um deles é que o crédito encarece, como forma de reduzir o consumo e segurar a inflação. O outro reflexo é sobre o rendimentos das aplicações financeiras de renda fixa, em especial as ligadas à taxa Selic ou ao CDI, que seguem de perto a taxa, como os títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic e dos CDBs, por exemplo.

Ainda que de forma menos intensa, a alta da Selic também impacta a poupança, que deixa de ter sua rentabilidade aumentada linearmente quando a taxa de juros ultrapassa os 8,5%. Quando a tava fica abaixo desse nível, o rendimento da poupança fica em 70% de quanto for a Selic.

Ao ultrapassar os 8,5%, (podendo ser 8,51% ou 20%), o retorno da poupança fica limitado a 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, acrescido da variação da TR, obedecendo a regra conhecida como “poupança velha”. Porem, é importante se atentar que, com o patamar da Selic acima de dois dígitos, a TR deixou de ter retorno zero, e deve trazer alguma rentabilidade para a poupança.

Taxa Selic nas últimas dez reuniões do Copom

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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