O número de famílias com brasileiros endividados e inadimplentes bateu um novo recorde no país. As informações são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os números assustam, de 100 famílias pelo menos 78 estavam envidadas em 2022.
De acordo com a pesquisa Peic, o número de envidados em 2022 é o mais elevado da série histórica que começou em 2010. Entre 2020 e 2022, a proporção de famílias endividadas passou de 66,5% para 77,9%, uma alta de 11,4 pontos percentuais. E os motivos envolvem o que os brasileiros têm sentido no dia a dia, principalmente quando são os responsáveis por cuidar de uma família.
Isso é: a alta da inflação que encareceu os produtos básicos e diminuiu o poder de compra das famílias; o incentivo ao uso de cartão de crédito proposto por novos bancos e fintechs; e para quem tem maior poder aquisitivo também vale o aumento de serviços como passagens aéreas. Esses pontos foram levantados por Izis Ferreira, economista da CNC.
Junto com os endividados estão os inadimplentes. Quer dizer, além de somarem dívidas as pessoas não estão conseguindo pagá-las. No ano de 2022, a proporção de famílias brasileiras com contas em atraso chegou a 28,9%, e esse também maior patamar da série histórica da Peic.
Como endividados podem renegociar suas dívidas?
As contas em atraso, as cobranças recorrentes, além do uso arriscado de crédito, podem virar uma bola de neve na vida dos envidados. A chance de conseguir pagar as contas fica cada vez mais remota, e alta da taxa de juros aplicada sob as dívidas em atraso tornam esse processo ainda mais complicado.
Pensando nisso, o governo federal deve lançar no primeiro semestre desse ano o programa Desenrola. A ideia é que os brasileiros consigam chances concretas de negociar as dívidas que estão em atraso e tirar o seu nome da lista de inadimplentes. Serão priorizados 40 milhões de pessoas cujo rendimento é de até R$ 2.400.
Além dessa iniciativa, quem está com débitos pendentes pode buscar outras formas de diminuir o peso das dívidas, como:
- Negociação direto com os credores e empresas com débitos em aberto;
- Uso de plataformas como: Serasa e Acordo Certo para conseguir mais descontos;
- Encontrar feirões de negociação oferecidos pelos bancos e outras empresas.