Perícia médica do INSS gera dores de cabeça na população e justiça intercede

Chegou até o TCU (Tribunal de Contas da União) a informação de que o processo de perícia médica feito pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) estaria desrespeitando algumas normas. A alerta sobre o descumprimento de regras que haviam sido combinadas, foi feita por meio de um relatório do Ministério Público. Agora, esse caso está sendo analisado e pode trazer consequências.

Perícia médica do INSS gera dores de cabeça na população e justiça intercede
Perícia médica do INSS gera dores de cabeça na população e justiça intercede (Imagem: FDR)

Sob relatoria do ministro-substituto Weder de Oliveira, o Ministério Público junto com o TCU investigam se o INSS está descumprindo regras que foram determinadas para a perícia médica. Essas normas foram estabelecidas por meio da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.

Nessa Convenção foi foram estabelecidas regras que redefiniram o termo “pessoa com deficiência”. A ideia foi tornar a análise e a perícia médica com menor teor clínico, e contando com a ótica biopsicossocial e funcional. Quer dizer, analisando todo o contexto social em torno do segurado que solicita o benefício previdenciário.

De acordo com o procurador Sérgio Ricardo Costa Caribé (MPTCU), a Convenção também solicitou que a perícia do INSS conte com uma equipe multiprofissional e interdisciplinar. Ainda assim, o manual que indica como esse processo deve ser feito prioriza o modelo médico-pericial, ou seja, contrário à implementação do modelo da avaliação biopsicossocial da pessoa com deficiência.

TCU cobra correção do INSS para perícia médica

O principal ponto que está sendo analisado pelo TCU junto com o Ministério Público é sobre as referências que o INSS utiliza para a perícia médica da pessoa com deficiência.

A principal inovação da LBI foi a mudança no conceito jurídico de ‘deficiência’, que deixou de ser considerada como uma condição estática e biológica da pessoa, passando a ser tratada como o resultado da interação entre as barreiras impostas pelo meio com as limitações de natureza física, mental, intelectual e sensorial do indivíduo”, informou o MPTCU, em parecer do procurador Júlio Marcelo de Oliveira.

Agora, o Tribunal já informou que vai recomendar ao INSS que o Manual Técnico de Perícia Médica Previdenciária seja atualizado dentro das normas. A ideia é deixar claro que faz parte da responsabilidade da perícia entender quais as limitações físicas do paciente, mas também englobar o sentido social dessa questão.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
Sair da versão mobile