Refinaria que foi privatizada deixa população indignada por conta deste motivo

A antiga refinaria Isaac Sabbá (Reman) localizada em Manaus, foi privatizada em dezembro do ano passado, último mês do governo Jair Bolsonaro. No entanto, a população está indignada pois a refinaria é responsável por vender o gás de cozinha mais caro do país atualmente. O botijão de gás vendido por ela é 37% mais caro em comparação com outras refinarias controladas pela Petrobras, de acordo com estudo do Observatório Social do Petróleo (OSP).

A refinaria foi transferia no início de dezembro de 2022 para a empresa Atem’s Distribuidora, que integra um grupo empresarial amazonense. A transferencia envolveu um montante de US$257,2 milhões, cerca de R$ 1,3 bilhão, e foi contra o pedido expresso do governo de transição formado por indicados do novo presidente Lula.

Assim que assumiu o comando da refinaria, a nova dona mudou o nome para Refinaria da Amazônia (Ream). No dia seguinte, já subiu preço do gás em cerca de 10%. Depois, subiu outros 6%, ao passo que a Petrobras reduziu.

Este aumento imposto pela refinaria foi repassado para os consumidores através das  distribuidoras. De acordo com informações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, antes da privatização, um botijão de gás de 13kg era vendido em média por menos de R$ 113 no Amazonas.  Já no início deste mês, o preço do botijão ultrapassou os R$ 123, o que representa uma alta de cerca de 9%.

Esta refinaria fornece gás para os estados do Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Acre e Roraima. Segundo a ANP, o consumidor de Roraima é o que está pagando mais caro pelo botijão: R$ 129,03. Rondônia está em terceiro com o botijão mais caro: R$ 124,02. Já o Amazonas é o quarto: R$ 123,63.

Antes da privatização, de acordo com o OSP, a refinaria comercializava o gás liquefeito de petróleo (GLP) a valores 0,8% mais baixos em comparação com as outras refinarias estatais. Já entre os meses de dezembro de ano passado a janeiro de 2023, o preço ficou, em média, 29,5% mais elevado que o da Petrobras.

De acordo com a empresa, ela agora é a encarregada por arcar com os gastos da operação com terminal aquaviário e transporte de navio para receber o gás da Petrobras e revendê-lo em Manaus, o que se reflete no preço do produto. “A Ream reafirma seu compromisso de seguir uma política transparente em sua estratégia de preços, amparada por critérios técnicos e sempre dentro das normas do mercado”, disse a Atem, em nota, de acordo com o site Brasil de Fato.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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