Fila de espera do INSS aumenta e Lula é cobrado por não cumprir promessa

Em meio às várias promessas de campanha, Luiz Inácio Lula da Silva prometeu zerar a fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Atualmente, o contingente teve um aumento de 129.690 pedidos somente no mês de janeiro

Fila de espera do INSS aumenta e Lula é cobrado por não cumprir promessa
Fila de espera do INSS aumenta e Lula é cobrado por não cumprir promessa. (Imagem: FDR)

Os dados foram obtidos pelo jornal Globo, através de técnicos da autarquia. Lembrando que às vésperas do segundo turno, em setembro, o presidente da República afirmou ser possível zerar a fila de espera do INSS. Ele disse que a equipe dele colocaria essa tarefa em prática por meio da digitalização de todo o sistema previdenciário. 

“Vamos fazer isso porque o mundo digitalizado está muito mais moderno e as pessoas que fizeram a primeira vez estão todas vivas e muito dispostas a trabalhar”, declarou o petista.

Conforme apurado, o número de segurados que já finalizaram a primeira etapa, a de reconhecimento do direito ao benefício, mas ainda possuem pendências documentais também cresceu exponencialmente, de 930 mil para 1,071 milhão somente entre dezembro e janeiro. 

A fila de espera do INSS atingiu um patamar recorde no ano de 2019. Na época, 2.442 milhões de pedidos foram acumulados. Já em outubro de 2021, o número foi reduzido para 1.865 milhão. A queda foi progressiva até o período das eleições, tendo sido vista como uma estratégia eleitoral, uma vez que este patamar voltou a se elevar.

Agora, mesmo com um novo chefe do Executivo Federal, Luiz Inácio Lula da Silva ainda não designou um novo presidente para a Previdência Social, que completou um mês sem presidente efetivo

Na última quinta-feira, 2, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, publicou no Diário Oficial da União (DOU) a escolha por Glauco André Fonseca Wamburg, para comandar o instituto de forma interina.

Para tal, houve a destituição de Larissa Andrade Mora, que tem ocupado o cargo desde o início do governo Lula, também interinamente. Glauco, novo indicado, é advogado e servidor público cuja carreira foi iniciada junto à Previdência Social no ano de 2007. 

Também é mestre e doutorando em Direito da Cidade pelo Programa de Pós-graduação em Direito da UERJ. Já atuou como presidente e conselheiro representante do Governo na 10ª Junta de Recursos do Conselho de Recursos do Seguro Social, entre 2013 e 2017.

Meu INSS 2023: CADASTRO, CONSULTA ONLINE, EXTRATO E AGENDAMENTO DIGITAL DOS SERVIÇOS

Prazos de análise que compõem a fila de espera do INSS

No mês de julho de 2021 começou a vigorar novos prazos de análise dos benefícios, que devem cumprir o período de 30 a 90 dias a depender da categoria do salário.

Até o momento, a legislação previdenciária previa o máximo de 45 dias para que qualquer benefício concedido pela Previdência Social fosse analisado. No entanto, este período nunca foi cumprido. 

Com base nos prazos válidos desde o ano passado, se tratando de benefícios por incapacidade como a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doença, o prazo de análise em vigor continua sendo de 45 dias.

Na hipótese de benefícios assistenciais direcionados a pessoas com deficiência e idosos [BPC], bem como as demais aposentadorias, o período máximo é de 90 dias. 

A seguir, veja o prazo original de análise que deveria ser cumprido pelo INSS:

Como agilizar a análise do benefício na fila de espera do INSS?

Existem algumas alternativas às quais o segurado do INSS pode recorrer para tirar o status de “em análise” do pedido do INSS. A primeira delas é registrar uma reclamação na Ouvidoria do INSS através das seguintes etapas:

Além disso, o cidadão pode sair do status dando entrada em um Mandado de Segurança concedido por um juiz. A ação garante o atendimento imediato. Neste sentido, na hipótese em que o INSS descumpre os prazos e desrespeita o cidadão, é possível usar o mandado de segurança como meio indireto para a manutenção ou concessão do benefício.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
Sair da versão mobile