Se os brasileiros não tomarem cuidado, conta de luz vai ficar mais cara em 2023 por conta desta tendência

O último ano chegou ao fim com uma alta de 1,5% no consumo de energia elétrica no país em comparação com 2021. O resultado repetiu a fraca trajetória observada nos últimos anos, devido especialmente ao crescimento lento da atividade econômica, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Em 2022, o volume de energia consumida em todo o país bateu 67.275 megawatts médios, capitaneado por um crescimento no ambiente de contratação livre (7,2%, a 24.496 MW), que inclui a demanda de grandes empresas. No ambiente regulado, por sua vez, foi observada uma queda de -1,4%, a 42.769 MW.

Rui Altieri, presidente do conselho de administração da CCEE, observou que o desempenho obtido no último ano representou “uma boa notícia”, já que sinaliza a retomada de setores da economia fortemente atingidos  pela pandemia do coronavírus em 2020.

Porém, ele ressalta que a velocidade de crescimento do consumo no país está menor que a média histórica do setor, e que é preciso uma  “recuperação mais rápida” da atividade econômica para que o indicador retome uma evolução mais forte.

No mercado livre, em que grandes companhias contratam sua energia, os destaques são os setores de Serviços (16,2%) e Comércio (10,5%), que passaram por uma recuperação significativa após o fim das restrições da pandemia.

Também se destacou de forma positiva foi Madeira, Papel e Celulose (12,7%), que aumentou a produção para dar conta da demanda global por matéria-prima após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, de acordo com a CCEE.

A indústria têxtil, por sua vez, fechou 2022 com consumo 3,8% menor ao de 2021, atingida por fatores conjunturais como altos juros e inflação acumulada, além de escassez de matéria-prima, explicou a entidade.

Por fim, no segmento regulado, que consiste em residências e pequenas empresas que contratam o fornecimento das distribuidoras, a queda do consumo ficou relacionada a uma junção de fatores, como a mudança de consumidores para o mercado livre e as temperaturas mais baixas que as de 2021, que acaba reduzindo o uso de ar condicionado.

Para este ano, a projeção é de que a carga de energia elétrica aumente 2,7%, batendo o patamar de 71.735 MW médios, levando em conta um incremento de 0,7% do PIB, de acordo com as projeções mais recentes realizadas em conjunto por CCEE, Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.